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Dissertação de Mestrado, Filosofia para Crianças, 13 de dezembro de 2021, Universidade dos Açores. A presente dissertação decorre de uma de investigação exploratória sobre pensar o desenho infantil como um objeto que se constitui, como elemento mediador do diálogo em contexto de comunidade de investigação filosófica. O caminho teórico-prático percorrido fez-se acompanhar, de desenhos-presentes criados pelas crianças em sala de aula. A investigação inicia-se com o estudo teórico da ideia de Belo em Platão, em Aristóteles e em Kant. A ideia de mimésis é pensada em Platão e em Aristóteles e a de imaginação criadora, em Kant. Com Paul Ricoeur, pensamos o desenho como um texto aberto à incomensurabilidade de interpretações ou “redizeres”. A expressão teórico-prática da filosofia para crianças foi pensada numa viagem que procurou entrelaçar com o desenho, ideias-chave do pensamento de Matthew Lipman, Patricia Hannam, Eugenio Echeverria e Walter Kohan. O pensamento multidimensional, a relevância da intersubjetividade em contexto de comunidade de investigação e a filosofia com crianças como um caminho errante são ideias, que procuramos articular, com a expressão gráfica recolhida nas sessões. Enquanto processo exploratório da importância do desenho em contexto de comunidade de investigação filosófica, o estudo implicou uma aproximação a autores que pensaram o desenvolvimento do grafismo infantil como Georges-Henry Luquet, Viktor Lowenfeld e Florence de Mèredieu. Sendo o desenho uma imagem com forte poder comunicativo e filosófico procuramos, através da apresentação de desenhos e de falas das nossas crianças, estabelecer pontes com o que pensam os investigadores da área da educação e os da filosofia para/com crianças. Porque acreditamos que o caminho é algo em aberto, refletimos sobre a importância do espanto na dinâmica do questionamento e da criatividade em contexto de comunidade de investigação filosófica. Essa abertura permitiu-nos pensar na companhia de reflexões recentes sobre a prática da filosofia para/com crianças. Como conclusão desenhamos não fins e argumentamos com Nancy Vansieleghem (2021), que o desenho se apresenta como um objeto de contemplação e um bom mediador da construção de diálogos e de pensamento filosófico. ABSTRACT: The current dissertation derives from an exploratory investigation where children’s drawings are considered mediating elements of dialogue, in the context of community of philosophical inquiry (CoPI). The empirical approach taken is supported by drawings created by the children in the classroom. The investigation starts with the theoretical study of Plato’s idea of Beauty and in Aristotle and Kant’s philosophical thought. The concept of mimesis is thought by Plato and Aristotle, and the concept of creative imagination by Kant. In Paul Ricoeur, the drawing is considered an open text to incommensurable interpretations or “rewords”. The theoretical and practical expression of philosophy for children was designed in an attempt to connect with the drawing key-concepts of Matthew Lipman, Patricia Hannam, Eugenio Echeverria and Walter Kohan. Through graphic expression collected throughout the sessions, we aimed to articulate multidimensional thinking, the relevance of intersubjectivity within CoPI and philosophy with children, as a rambling path. As an exploratory process of the drawing’s importance in CoPI, this work considered theories of the evolution of graphic expression in children by different authors, such as Georges-Henry Luquet, Viktor Lowenfeld and Florence de Mèredieu. As drawing is an image with strong communicative and philosophical power, we seek, through the presentation of drawings and speeches by our children, to establish bridges with what researchers in the area of education and philosophy for/with children think. Since we believe children’s, development is an open path, we reflected on the importance of amazement in the dynamics of questioning and of creativity in the context of CoPI. This openness alows thinking alongside recent reflections on the practice of philosophy for/with children. In conclusion, whilst not “drawing” an ending, we argue that the drawing presents itself as an object of contemplation and a good mediator of dialogue and development of philosophical reflection, as argued by Nancy Vansieleghem (2021). |