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Com o status de epidemia adquirido pela sífilis no Brasil em 2016, o Ministério da Saúde (2017) implementou o Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção, que visa à redução da sífilis adquirida e em gestantes e à eliminação da sífilis congênita no país. O Projeto “Sífilis Não!” promove ações conjuntas, integradas e colaborativas, envolvendo setores diversos interessados em fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos eixos do projeto determina a realização de pesquisas na área da Educomunicação que resultem em produtos que permitam, dentre outras ações, o uso da mediação tecnológica com foco na educação e na comunicação para disseminação de informações voltadas para profissionais, gestores, usuários e população geral. Esta tese propõe a criação de um modelo de Recurso Educacional Aberto (REA) construído em conjunto com indígenas da etnia Potiguara, do município de Baía da Traição (PB), que, ao ser disponibilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS, permita a comunidades indígenas de todo o país instruírem-se para o uso de podcasts na produção e no compartilhamento de conhecimentos em saúde, a partir de sujeitos e saberes locais (Geertz, 2014; Morin & Terena, 2010). A metodologia da pesquisa-ação (Thiollent, 2011) foi aplicada para investigar os hábitos, a cultura, e as necessidades específicas de comunicação da comunidade Potiguara. Pesquisa bibliográfica (Stumpf, 2006), realização de seminário (Oliveira-Formosinho, 2014; Travancas, 2006) e de entrevistas semiestruturadas (Duarte, 2006) compuseram o rol de técnicas que permitiram o aprofundamento da investigação com vistas à sua fundamentação teórica e ao levantamento de dados oficiais sobre a sífilis e a população indígena brasileira. O estudo apontou que os REA desenvolvidos a partir do saber local não apenas contribuem para que os mais excluídos tenham acesso a ambientes educacionais formais e não-formais (UNESCO, 2015), mas são cada vez mais importantes em processos de aprendizagem ao longo da vida (Lifelong Learning). Em uma realidade dominada pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC), o uso da internet e o planejamento instrucional que leva em consideração o perfil, as necessidades e o contexto do aluno (Filatro, 2019) são as principais características da nova era da educação. With the epidemic status acquired by syphilis in Brazil in 2016, the Ministry of Health (2017) implemented the Rapid Response to Syphilis in Health Care Networks Project, which aims to reduce acquired and maternal syphilis and eliminate congenital syphilis in the country. The “Syphilis No!” Project promotes joint, integrated and collaborative actions, involving several sectors interested in strengthening the Brazilian Unified Health System (SUS). One of the pillars of the project determines the realization of research in the field of Educommunication which results in products that allow, besides other actions, the use of technological mediation focused on education and communication for the dissemination of information aimed at professionals, managers, users, and the general population. This thesis proposes the creation of an Open Educational Resource (OER) model built together with Potiguara indigenous people, from the Baía da Traição (PB), that, when available on the SUS Virtual Learning Environment, will allow indigenous communities from all over the country to learn how to use podcasts in the production and knowledge exchange of health, based on local people and beliefs (Geertz, 2014; Morin & Terena, 2010). The methodology of action research (Thiollent, 2011) was applied to investigate the habits, culture, and specific communication needs of the Potiguara community. Bibliographic research (Stumpf, 2006), seminars (Oliveira-Formosinho, 2014; Travancas, 2006) and semi-structured interviews (Duarte, 2006) comprised the list of techniques that allowed the deepening of the research with a view to its theoretical foundation and the collection of official data on syphilis and the Brazilian indigenous population. The study pointed out that OER developed from local knowledge not only contributes to providing access to a formal and non-formal educational environment for the most excluded (UNESCO, 2015), but are increasingly important in the Lifelong Learning process. In a reality dominated by information and communication technologies (ICT), the use of the internet and instructional planning that takes into account the learner’s profile, needs, and context (Filatro, 2019) are the main characteristics of the new era of education. |