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RESUMO - Introdução: A Organização Mundial de Saúde reconhece a adolescência como uma fase crítica da vida, durante a qual são estabelecidos vários padrões comportamentais que ajudam a determinar não apenas o atual estado de saúde do indivíduo, mas também os seus resultados futuros. Os determinantes sociais de saúde são as condições nas quais as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem, incluindo o sistema de saúde. O presente estudo parte da análise da relação entre determinantes sociodemográficos e a posição económica e a saúde mental dos adolescentes, e investiga o impacto do sexo, idade, naturalidade e semanada na saúde mental dos adolescentes, em Portugal. Metodologia: No presente estudo foram usados dados do projeto internacional SILNE-R, a partir de um questionário voluntário e anónimo, aplicado em seis países europeus, entre os quais Portugal, e respondido por alunos dos 10º e 11º anos de escolaridade da cidade de Coimbra. A amostra de alunos foi composta por 2444 alunos dos quais 1862 aceitaram participar no estudo. A amostra foi caracterizada tendo em conta o sexo, idade, naturalidade e semanada, e a sua relação com a frequência de depressão (tristeza) auto reportada nos últimos 6 meses, e com o Índice Kidscreen. Resultados: Os resultados não revelaram associações estatisticamente significativas entre a nacionalidade (ser migrante ou ser nativo) e a saúde mental dos adolescentes, quer na frequência de depressão (tristeza) auto reportada nos últimos 6 meses, quer no Índice Kidscreen. Os resultados revelaram associações estatisticamente significativas entre o sexo, idade, e posição económica e a saúde mental dos adolescentes, quer na frequência de depressão (tristeza) auto reportada nos últimos 6 meses, quer no Índice Kidscreen. Os resultados revelaram ainda uma correlação positiva moderada entre a frequência de depressão (tristeza) auto reportada nos últimos 6 meses e o Índice Kidscreen. Conclusões: As raparigas, os adolescentes mais velhos, entre os 16 e 17 anos, e os adolescentes que recebem menos semanada reportam piores níveis de saúde mental, quando comparados com os rapazes, de idades entre os 14 e 15 anos e que recebam uma maior semanada. Assim, há que adequar as políticas aos adolescentes através de programas de saúde mental, promoção de fatores protetores e atuação adequada perante sintomas e comportamentos de risco que possam estar associados a pior saúde mental. Nestas intervenções é crucial o envolvimento de toda a comunidade escolar, e das famílias. ABSTRACT - Introduction: The World Health Organization recognizes adolescence as a critical stage of life, during which several patterns are selected that determine not only the individual's current health status but also their future results. The social determinants of health are the conditions in which people are born, grow, live, work and age, including the health system. This study starts from the analysis of the relationship between sociodemographic determinants and the economic position and mental health of adolescents and investigates the impact of gender, age, place of birth and monetary allowance on the mental health of adolescents in Portugal. Methodology: In the present study, data from the international project SILNE-R was used from a voluntary and anonymous questionnaire, applied in six European countries including Portugal and answered by students from the 10th and 11th grades in the city of Coimbra. The sample consisted of 2444 students, 1862 of whom agreed to participate in the study. The sample was characterized by taking into account sex, age, place of birth and weekly allowance, and its relationship with the frequency of self-reported depression (sadness) in the last 6 months, and with the Kidscreen Index. Results: The results did not reveal a significant statistical association between nationality (being a migrant or being native) and the mental health of adolescents, either in the frequency of self-reported depression (sadness) in the last 6 months or in the Kidscreen Index. The results revealed a significant statistical association between gender, age and economic position and mental health of adolescents, either in the frequency of self-reported depression (sadness) in the last 6 months or in the Kidscreen Index. The results also revealed a moderate positive correlation between the frequency of self-reported depression (sadness) in the last 6 months and the Kidscreen Index. Conclusions: Girls, older adolescents aged between 16 and 17 years, and adolescents who receive less allowance report worse levels of mental health when compared to boys, aged between 14 and 15 years and who receive a greater amount of allowance. Thus, it is necessary to adapt policies to adolescents through mental health programs, promotion of protective factors and adequate action against symptoms and risk behaviors that may be associated with worse mental health. In these interventions, the involvement of the entire school community and families is crucial. |
