Poder, Guerra e Performatividade nos baixos-relevos palacianos do Império Neo-Assírio (séculos IX-VII a.C.)
Autor: | Freitas, Beatriz Catarina Tralhão |
---|---|
Přispěvatelé: | Caramelo, Francisco |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2019 |
Předmět: | |
Popis: | Durante o I milénio a.C., a Assíria constituiu-se como o poder com maior extensão territorial até então, afirmando-se como uma grande potência no Médio Oriente Antigo. Para consubstanciar e impor o seu domínio sobre diversos territórios usufruiu de instrumentos de natureza político-militar e diplomática que, em conjunto com os registos textuais e visuais, difundiam um discurso que procurava refletir uma realidade unívoca. A ideologia assíria que assentava, em grande medida, na legitimação real e na notoriedade do exército proporcionou o desenvolvimento de uma arte oficial onde a figura do governante se assumia enquanto elemento de coesão política, religiosa, étnica e cultural. A relevância do rei e a materialização de um modo de conceber o mundo tinham no palácio o seu expoente máximo. Enquanto manifestação do poder real, a construção do palácio, incluindo o seu programa decorativo, foram entendidos como propaganda política ou um meio de persuasão. Partindo da explanação destes conceitos teóricos pretendemos demonstrar que, embora possamos ter essa interpretação, a função dos baixos-relevos que constituíam o palácio não se limitava a este propósito. Como tal, o presente trabalho procura analisar o poder das imagens e o consequente carácter demiúrgico que partiam da reivindicação de um poder universal para agirem e perdurarem no tempo. A performatividade da imagética neo-assíria advinha de um relacionamento dialético, físico ou ritual, entre objeto e espectador que permitia que a presença e o poder do rei se efetivassem com a sua imagem. During the first millennium BCE, Assyria was constituted as the power with greater territorial extension until then, affirming itself with great supremacy in the Ancient Middle East. In order to consolidate and impose its domination over several territories, Assyria used political-military and diplomatic instruments which together with textual and visual registers spread a discourse that sought to reflect an univocal reality. The assyrian ideology, which was largely based on the royal legitimacy and notoriety of the army, provided the development of an official art in which the king became an element of political, religious, ethnic and cultural cohesion. The importance of the ruler and the materialization of a way of conceiving the world had its maximum exponent in the palace. As a manifestation of royal power the construction of the palace, including its decorative program, was understood as political propaganda or as a mechanism of persuasion. Starting from the explanation of these theoretical concepts, we intend to demonstrate that although we may interpret this way the function of the bas-reliefs that constituted the palace wasn’t limited to this purpose. Therefore, this dissertation will analyze the power of images and the demiurgical character that initiated from the claim of a universal power to act and to pervail in time. The performativity of the neo-assyrian imagery came from a physical or ritual dialectical relationship between object and spectator that allowed the presence and power of the king to take effect through his image. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |
načítá se...