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Neste estudo pretendeu-se explorar o modo como os ritmos cerebrais espontâneos são afetados pela presença de estímulos auditivos, e quais as zonas cerebrais mais afetadas pelos mesmos, visto ser um tema de investigação atual, com promissoras perspetivas na área da biomedicina, no que toca à compreensão do funcionamento cerebral, e aplicações em terapia, nomeadamente quando abordando patologias do foro neurológico como depressão e Parkinson [51]. Para tal, a investi-gação focou-se em três vertentes: a presença e ausência de som, a presença de sons com diferentes complexidades estruturais e voluntários com diferentes graus de formação musical. Recorreu-se à análise de sinais eletroencefalográficos, recolhidos através do equipamento Bio-Semi ActiveTwo com touca de 32 elétrodos, de 14 voluntários, dos quais 3 sem qualquer forma-ção musical, 3 músicos amadores e 8 com formação musical intensiva, durante a audição de 6 ficheiros sonoros de 40 segundos – 20 segundos consecutivos de repetição de um estímulo, pre-cedidos e sucedidos por um período de 10 segundos de silêncio. Processou-se os sinais adquiridos no Matlab, filtrando e calculando as densidades espectrais de potência (PSD), com as quais foi possível obter posteriormente mapas topográficos de cada gama de frequências. Os testes de significância T-Student, que testaram a hipótese nula para a diferença das médias dos integrais da PSD som-silêncio, combinados com os mapas topográficos permiti-ram deduzir quantita e qualitativamente as seguintes conclusões: observa-se de facto alteração na atividade cerebral com o início dos estímulos auditivos – enquanto as ondas beta aumentam, on-das alfa e teta tendem a diminuir –; sons morfologicamente mais complexos e com frequências mais dispersas por todo o espetro tendem a provocar mais alterações na atividade cerebral; quanto maior o grau de instrução musical, maiores as variações na atividade cerebral; e as regiões fron-tal/central e central/parietal são aquelas em que a flutuação dos ritmos cerebrais é mais evidente. |