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O objectivo deste trabalho é dar um contributo para a história da Sociedade Agrícola do Incomati durante os últimos anos do Estado Novo e no período de transição entre o 25 de Abril de 1974 e a independência de Moçambique em 25 de Junho de 1975. A sociedade foi fundada, em 1952, pela família Espírito Santo e por sócios e amigos muito próximos para adquirir as propriedades, plantações de cana e fábrica de açúcar da Incomati Estates Limited, medida que se integrou numa estratégia de expansão e consolidação do grupo económico controlado pela família. Os interesses estratégicos da família Espírito Santo estiveram em sintonia com e serviram as opções do Estado Novo, apostado, à época, em garantir o abastecimento de açúcar do país de forma auto-suficiente através do aumento da produção colonial. A política de investimento e modernização seguida pela Sociedade e os resultados de exploração obtidos vão ser estudados. A dissertação analisa, igualmente, a política económica do Estado Novo, com enfoque na economia colonial, nomeadamente a viragem acontecida no pós-II Guerra que possibilitou a industrialização dos territórios ultramarinos, em particular Moçambique. Faz-se, também, uma breve resenha da história do mercado mundial de açúcar e das diversas tentativas de regulamentação de que foi alvo ao longo do século XX. Em Portugal, os produtores coloniais de açúcar constituíram, ao longo do século XX, um poderoso grupo de pressão e os diversos regimes legislativos referentes ao sector privilegiaram a defesa dos seus interesses, como se verá. With this work we aim to give a contribution to the history of Sociedade Agrícola do Incomati through the last years of Estado Novo and the transition period between April 25th 1974 and the day of Mozambique’s independence, June 25th 1975. The society was established in 1952 by members of Espírito Santo family, business associates and close friends to buy the estates, sugarcane plantations and sugar factory of Incomati Estates Limited, a business option that integrated the expansion and consolidation strategy of the economic group controlled by the family. Espírito Santo family’s strategic interests were aligned with and served the Estado Novo’s options, engaged as it was, at the time, in ensuring national self-sufficient sugar supply by way of colonial production increment. The investment and modernisation policies adopted by the society and the sequent exploration results will be presented. This master thesis also analyses the Estado Novo’s economic policy, focusing the colonial economy, specially the turn over occurred after II World War that enabled the industrial development of overseas territories, namely Mozambique. A brief review of the sugar international market history is presented mentioning the several attempts made to regulate it during the twentieth century. In Portugal, colonial sugar producers formed, during the twentieth century, a strong pressure group and the several legislatives regimes concerning this sector reflected its interests’ defence, as shall be seen. |