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A presente comunicação decorre da leitura de um manuscrito da segunda metade do século XVIII que dá pelo nome de "Livro Curioso", e que se encontra no Arquivo Distrital de Braga (Portugal). Trata-se de um livro de memórias e relatos privados cujo espetro de representação vai do local ao global. A partir do registo da cidade de Braga setecentista, sobretudo, respeitando ao seu quotidiano, deparamo-nos com um testemunho coevo próprio do século das luzes, tendo por base o conhecimento para explicar os fenómenos naturais e sociais e a ideia de permanente progresso que subjaz a todo o esforço humano. Um século onde a emergência do pensamento científico se concilia com a ideia de natureza e de Deus. Onde a regularidade convive bem com a irregularidade. O "Livro Curioso" (LC), da transição da segunda metade do século XVIII, sendo fundamentalmente um livro de memórias privadas, exibe três únicas ilustrações, que são pertinentes apresentar ao presente Simpósio. Ainda que denominadas de "mapas", não sendo propriamente um produto cartográfico, são, todavia, úteis à interpretação das primícias da ilustração gráfica, designadamente, do modo como as representações do território suportam a ilustração das ações humanas, muito em particular, a afirmação das imagens do senso-comum. Quiçá, o âmbito pioneiro do que virá a ser mais tarde designado por opinião pública |