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Dissertação de Mestrado em Estudos de Cultura, Literatura e Linguas Modernas apresentada à Faculdade de Letras A gradual perda de prerrogativas como resultado das adversidades fomentadas durante o reinado de D. Pedro II marcam o início da governação de D. João V. Só foi possível renovar a imagem de Portugal através da condução de uma efetiva ação diplomática internacional, sem nunca perder de vista os interesses nacionais. André de Mello e Castro foi o primeiro diplomata a conduzir uma boa relação com a Santa Sé. A Embaixada Extraordinária do 3º Marquês de Fontes a Roma em 1712 foi uma das mais marcantes desta época, capaz de projetar uma nova identidade junto da Santa Sé e no imaginário dos italianos que estiveram presentes durante estes acontecimentos. Através dos fundos de ouro oriundos do Brasil, que subsidiaram grande parte das atividades da Coroa Portuguesa, possibilitou ao rei investir na arte barroca como uma forma de fazer marketing político, com o intuito de chegar ao nível das grandes nações europeias. O relato oficial da viagem desta Embaixada Extraordinária que se encontra inserida na literatura de viagens do século XVIII, escrito pelo Secretário D. Lázaro Leitão Aranha, consiste, em parte, como uma fonte reveladora de informações que espelham a identidade de uma Nação destemida e erudita. Juntamente com a descrição dos coches e outros elementos artísticos exibidos no cortejo do cerimonial da entrada solene, como sendo o ponto mais alto da missão desta embaixada, presente na Relação de Luca Antonio Chracas, foi possível difundir a imagem de Portugal como uma Nação grandiosa de conquistadores em Itália e ao resto da Europa. The gradual loss of prerogatives as a result of the adversities fomented during the reign of King Peter the 2nd marks the beginning of the rule of King John the 5th. It was only possible to renew the image of Portugal through the conduction of an effective international diplomatic action, without losing the horizon of national interests. André de Mello and Castro was the first diplomat to lead a good relationship with the Holy See. The Extraordinary Embassy of the 3rd Marquis of Fontes to Rome in 1712 was one of the most remarkable measures of this time, capable of projecting a new identity in the eyes of the Holy See and the imagination of the Italians who were present during these events. Through the gold funds from Brazil, which subsidized much of the activities of the Portuguese Crown, it enabled the king to invest in baroque art as a way of doing political marketing, with the aim of reaching the level of the great European nations. The official account of the trip of this Extraordinary Embassy that is inserted in the travel literature of the eighteenth century, written by the Secretary D. Lázaro Leitão Aranha, consists, in part, as a revealing source of information that mirrors the identity of a fearless and erudite Nation. Together with the description of the cars and other artistic elements exhibited in the solemn ceremonial procession, as the highest point of the mission of this embassy, present in the Relation of Luca Antonio Chracas, it was possible to spread the image of Portugal as a magnificent Nation of conquerors in Italy and the rest of Europe. |