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Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina RESUMOINTRODUÇÃOÀ luz do conhecimento atual, existe uma relação entre neoplasia de células germinativas do testículo (NCG) e infertilidade. Esta relação assenta na teoria da Síndrome de Disgenesia Testicular (SDT), que defende que uma alteração da programação embrionária e do desenvolvimento gonadal (por predisposição genética e possível disrupção endócrina) levam a um aumento da prevalência cruzada de NCG, infertilidade, criptorquismo e hipospádias. O objetivo deste estudo consiste na avaliação dos parâmetros seminais em homens com NCG submetidos a criopreservação de esperma antes do início dos tratamentos. Como objetivo secundário, tentar procurar uma relação entre o tipo histológico e marcadores tumorais e as alterações no espermograma.MATERIAL E MÉTODOSEstudo retrospetivo que incluiu todos os doentes com diagnóstico de neoplasia de células germinativas do testículo entre janeiro de 1990 e dezembro de 2020, no Serviço de Urologia e Transplantação Renal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. De modo a retirar ilações acerca da influência da NCG sobre a fertilidade, analisámos os espermogramas de todos os doentes submetidos a criopreservação de esperma previamente aos tratamentos oncológicos. Para além da colheita dos parâmetros seminais, foram avaliados e correlacionados outros fatores relevantes, nomeadamente a histologia e o estádio tumoral, assim como as concentrações dos marcadores tumorais séricos AFP, β-hCG e LDH.RESULTADOSDos 232 novos casos de NCG apenas se procedeu à criopreservação de espermatozóides em 28% dos casos (n=64). A idade média dos doentes foi de 29,23 ± 7,33 anos. A maioria dos tumores exibia histologia seminomatosa (59%) apresentando o estadio I como preponderante (69%). Foram registadas alterações nos parâmetros do espermograma (concentração, mobilidade e morfologia) em 73% dos doentes (n=47). De salientar a presença de azoospermia em 23% dos casos analisados, tendo-se verificado globalmente alterações na concentração de espermatozoides em 35 casos (55%). A distinção entre seminoma e não-seminoma não se traduziu em diferenças estatisticamente significativas em relação com os parâmetros do espermograma avaliados. De igual modo, foi impossível estabelecer uma causalidade entre os diferentes estádios tumorais e as alterações observadas nos parâmetros seminais. Foi possível determinar uma relação causal significativa, dado que se observou uma preponderância de alterações da qualidade seminal em presença de concentrações elevadas de LDH (p |
