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A Casa de Chá da Boa Nova, mesmo se integrada e pacificadora, emerge com um virtuosismo que implica o próprio tempo da arquitetura. Este é um paradoxo particular: a integração do edifício faz-se com mais arquitetura e não com menos; com mais detalhe – e até ornamento – e não com menos. A Casa de Chá quer pertencer, quer até imitar; enquanto se distancia pela efabulação cubista do arquiteto moderno em conversa com um delicado trabalho artesanal. A «recuperação» só tinha uma saída: o restauro. Não foi necessário, nem seria possível, alterar radicalmente o programa. E como foi notado já em 1965 por Nuno Portas, trata-se de um programa de «luxo». O restauro teve, no entanto, como consequência um upgrade desse «luxo». A necessidade de uma gestão qualificada do espaço e a exponenciação do turismo já deitaram abaixo a Casa de Chá, levantando-se apenas, embora com assinalável sucesso, o restaurante. |