Jornadas de Turismo Arqueológico: livro de resumos

Autor: Vieira, Alexandra, Mariani, Andrea, Sousa, Luís, Pires, Raquel
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2022
Předmět:
Popis: Pensar a Arqueologia enquanto motor de desenvolvimento de uma região é um desafio que se coloca presentemente à comunidade científica. A conjuntura política, económica e social atual apresenta imensos problemas, mas deve constituir um verdadeiro estímulo, sendo importante afirmar o papel social e agregador que a pesquisa arqueológica pode proporcionar às comunidades locais e ao país. Um dos assuntos que se discute em Arqueologia é o tipo de discurso utilizado para o público em geral, designadamente de como sair do hermetismo técnico-científico desta área do conhecimento e como tornar a mensagem inteligível a todos, sem perder o rigor da disciplina. Consecutivamente, algumas das questões mais abordadas no debate científico, promovido nos últimos anos, prende-se particularmente com a divulgação do resultado dos trabalhos arqueológicos; pela participação e integração das comunidades locais na preservação; e pela consciencialização do ‘seu’ património arqueológico. Neste contexto, a Interpretação do Património Arqueológico, enquanto dinâmica processual de tradução de conteúdos, os quais decorrem de uma investigação científica, deverá assumir-se como um caminho de valorização e gestão patrimonial. A intermediação da Interpretação do Património favorece a conversão dos conteúdos científicos em participação discursiva e a exploração criativa da experiência turístico-cultural por parte dos públicos – comunidades locais e/ou visitantes. Paralelamente, a fragilidade de algumas tipologias de vestígios arqueológicos preconiza a seleção criteriosa dos sítios passíveis de serem visitados, encaminhando, por conseguinte, para a intervenção de estratégias interpretativas, bem como o simultâneo desenvolvimento de um plano, tido igualmente como de grande relevância, que tem que ver com a integração do património arqueológico em roteiros de distintas dimensões territoriais, visando a fruição cultural de um qualquer arqueossítio por parte do público em geral. Porém, trata-se de uma questão que deverá ser longamente ponderada, pois apesar de se tratar de um direito instituído e de efetiva promoção de educação patrimonial, não deve ser posta em causa a salvaguarda dos vestígios e a sua conservação, o que pressupõe a definição de corredores discursivos de acesso condicionado ou mesmo de interdição. Devido à natureza específica e complexa dos vestígios arqueológicos, os arqueólogos de- vem trabalhar em estreita colaboração com outros especialistas. A experiência multidisciplinar deverá assim compreender a cooperação de geógrafos, gestores do património, operadores turísticos, historiadores, antropólogos, designers, arquitetos, intérpretes, entre outros agentes de promoção turística e cultural, visando o usufruto do património arqueológico. Tendo sempre como prioridade a conservação desses bens culturais, a experiência do serviço prestado às comunidades locais e visitantes deve expandir-se no conjunto dos museus, centros de acolhimento e centros interpretativos, ativando-se o campo das possibilidades da Interpretação do Património: criar exposições (convencionais ou imersivas); desenhar rotas e/ou circuitos arqueológicos; incrementar oficinas de experimentação e simulação arqueológica; facilitar a prática do living history; explorar a prática de gamification (jogos de tabuleiro e jogos digitais) associados à arqueologia. Trata-se, então, de um compromisso que eleva as diferentes sinergias do território envolvente a programas interpretativos sustentáveis, entendendo-os como um produto e serviço turístico-cultural suscetível de ser capitalizado no mapa das motivações turísticas. Com efeito, a escolha de um destino turístico pode ser motivada pelo interesse em conhecer e visitar sítios arqueológicos. O Arqueoturismo ou Turismo Arqueológico, designado como ramo do Turismo Patrimonial e, por sua vez, um sub-ramo do Turismo Cultural, será, neste caso, a motivação para a deslocação dos visitantes/turistas nacionais e internacionais. O património arqueológico é, por isso, o núcleo central da visita. Considera-se, pois, fundamental rever e continuar as investigações para ampliar o entendimento conducente à apreciação da relevância patrimonial. É igualmente adequado observar e divulgar as boas práticas que se singularizam atualmente. No âmbito destas Jornadas de Turismo Arqueológico, reunimos um grupo de arqueólogos cujos trabalhos e projetos de investigação abordam estas temáticas. Possibilitar-se-á a partilha de conhecimentos e de experiências sobre o modo como projetos e práticas têm triunfado nas suas regiões, em concreto no território português, partindo do binómio Arqueologia - Turismo. Thinking about Archaeology as a development motor of a region is a challenge that the scientific community is currently facing. The current political, economic and social conjuncture presents several problems, but it should be a true stimulus, being important to affirm the social and aggregative role that archaeological research may provide to local communities or to the country. One of the subjects that is discussed in Archaeology is the type of speech used for the general public, namely, how to get out of the technical-scientific hermetism of this area of knowledge and how to make the message intelligible for all, without losing the scientific rigour. Consecutively, some of the most discussed issues in the scientific debate, promoted in the last years, are related, particularly, to the divulgation of the results of the archaeological works; the participation and integration of the local communities in the preservation and the self-awareness of ‘their’ archaeological heritage. In this context, the Interpretation of the Archaeological Heritage, as a procedural dynamic of translation of contents, which results from scientific research, should assume itself as a way of heritage valuation and management. The intermediation of Heritage Interpretation fa- vours the conversion of scientific contents into discursive participation as well as the creative exploration of the tourist-cultural experience by the public – local communities and/or visitors. At the same time, the fragility of some typologies of archaeological remains ad- vocates the careful selection of sites likely to be visited, thus leading to the interven- tion of interpretative strategies, as well as the simultaneous development plan, also considered of great relevance, which has to do with the integration of archaeological heritage in itineraries of different territorial dimensions, aiming at the cultural fruition of any archaeological site by the general public. However, this is an issue that should be considered at length, for although it is an established right and an effective promotion of heritage education, the safeguarding of remains and their conservation should not be put into question, which presupposes the definition of discursive corridors of conditio- ned access or even of interdiction. Due to the specific and complex nature of the archaeological remains, archaeologists should work in close collaboration with other specialists. The multidisciplinary experience should comprise the cooperation of geographers, heritage managers, tour operators, historians, anthropologists, designers, archi- tects, interpreters, among other tourism and cultural promotion agents, aiming at the fruition of the archaeological heritage. Having always as priority the conservation of these cultural assets, the experience of the service provided to local communities and visitors should expand in the set of museums, reception centres and interpretative centres, activating the field of possibilities of Heritage Interpretation: create exhibitions (conventional or immersive); design archaeological routes and/or circuits; increase workshops of archaeological experimentation and simulation; facilitate the practice of living history; explore the practice of gamification (board games and digital games) associated with archaeology. It is, then, a commitment that raises the different synergies of the surrounding territory to sustaina- ble interpretative programs, understanding them as a product and tourist-cultural service susceptible of being capitalized in the map of tourist motivations. Indeed, the choice of a tourist destination can be motivated by the interest in knowing and visiting archaeological sites. ‘Archaeotourism’ or Archaeological Tourism, designa- ted as a branch of Heritage Tourism and, in turn, a sub-branch of Cultural Tourism, will be, in this case, the motivation for the travel of national and international visitors/tourists. Archaeological heritage is therefore the central core of the visit. It is therefore considered fundamental to re- view and continue research to broaden the understanding leading to the appreciation of heritage relevance. It is also appropriate to observe and disseminate the good practices that are currently outstanding. Within the scope of these Archaeological Tourism Days, we will bring together a group of archaeologists whose work and research projects address these themes. It will be an opportunity to share knowledge and experiences on how projects and practices have been successful in their regions, specifically in Portugal, based on the binomial Archaeology - Tourism. info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Databáze: OpenAIRE