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A Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é um dos maiores problemas de saúde do mundo, caracterizada por hiperglicemia em conjunto com resistência e/ou deficiência relativa de insulina. O café é uma bebida muito complexa, encontrando-se-lhe mais de mil compostos químicos, incluindo hidratos de carbono, lípidos, compostos azotados, alcalóides e compostos fenólicos (Cornelis MC, 2019) (Sidorik K, 2018). A associação entre o consumo de café e o risco de DM2 é de considerável importância, tendo em conta que o café, sendo amplamente consumido em todo o mundo, importa não descurar qualquer efeito que possa causar na saúde dos consumidores, uma vez que poderá determinar consequências em termos de saúde pública (Socala K, 2021). Objectivo: Avaliar a possível associação entre o consumo de café e o risco de DM2.Metodologia: Recorreu-se às bases de dados PubMed e Web of Science, nas quais se utilizou a seguinte combinação de descritores: (coffee) AND (risk) AND (diabetes). Dos artigos identificados foram excluídos os que não atendiam aos critérios de elegibilidade previamente definidos. Os critérios de exclusão aplicados foram: grávidas e indivíduos que faziam uso de substâncias diabetogénicas. O estudo possui protocolo registado na plataforma PROSPERO com o ID CRD42022301578. Resultados: Foram incluídos 11 estudos observacionais classificados em estudos de coorte, a partir dos quais se tiraram as seguintes conclusões: o consumo de café com cafeína tem efeito protetor relativamente ao risco de DM2. Relativamente à quantidade necessária de café para conferir protecção, verificou-se que há variação. Vários estudos concluíram ser suficiente um consumo de uma xícara por dia para se obter algum efeito, enquanto outros defendem ser necessário um consumo mínimo de 3 xícaras/dia. Entre os quatro estudos que procuraram avaliar o possível papel da cafeína no efeito protetor do café, os resultados discordam da hipótese de ser a cafeína o composto responsável por conferir tal propriedade ao café. Conclusão: Esta revisão sistemática apoia a hipótese de que o consumo habitual de café está associado a um risco menor de DM2. Todos os estudos incluídos na presente revisão sistemática mostraram uma relação inversa entre o consumo de café com cafeína e o risco de DM2. Por sua vez, no que diz respeito ao consumo de café descafeinado e o seu efeito sobre o risco de DM2, esse caso/essa realidade carece de mais investigação info:eu-repo/semantics/publishedVersion |