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O distrito de Bragança, NE de Portugal, compreende extensas zonas de montanha sensíveis à degradação dos solos face às condições topográficas favoráveis à erosão, e à persistente ocorrência de incêndios florestais. No solo, os impactos dos incêndios podem ser imediatos ou prolongarem-se no tempo, provocando alterações nas características físicas, químicas e biológicas do solo. Neste trabalho avaliam-se propriedades físicas e químicas dos solos em áreas vizinhas ardidas e não ardidas, localizadas em condições edafoclimáticas e composição da vegetação semelhante, com diferentes períodos de recuperação pós-incêndio. A colheita de amostras ocorreu em finais de 2017. As áreas estudadas, situadas em Bragança, foram: Soutelo (área ardida em 2015, amostrada 2 anos após o incêndio), Parâmio (2016, 1 ano) e de Quintela de Lampaças (2017, ano do incêndio). Em Quintela de Lampaças, a extensão da área ardida, não permitiu colher amostras em área não ardida similar. Nos três casos, os incêndios, de severidade elevada, ocorreram na época estival. Tomaram-se aleatoriamente 4 amostras em cada área selecionada, ardida e não ardida, nas camadas 0-5 cm e >5 cm, para identificar efeitos do fogo no solo superficial e subsuperficial. As análises laboratoriais avaliaram propriedades físicas (densidade, porosidade, permeabilidade, água no solo) e químicas do solo (matéria orgânica, pH, P e K extratáveis, complexo de troca catiónica). Embora com diferenças locais, as características dos solos das áreas ardidas apresentam valores menos favoráveis à qualidade do solo em comparação com as correspondentes áreas não ardidas. Na área mais recentemente ardida esses valores são ainda menos favoráveis do que nas áreas com períodos de recuperação até dois anos. Os resultados sublinham a complexidade dos processos de recuperação dos solos queimados. info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
