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No quadro do processo de Bolonha a formação de professores sofreu profundas alterações. A legislação portuguesa, através do Decreto-lei n.º 43/2007, consagra o regime de habilitações profissionais para a docência, contemplando dois ciclos de formação. Ao primeiro corresponde o grau de licenciado e ao segundo o grau de mestre, sendo este o que confere a habilitação profissional para a docência nos domínios definidos pelo Ministério da Educação. Nesta formação, é valorizada uma maior abrangência de níveis e ciclos de ensino, promovendo um alargamento dos domínios de habilitação docente generalista que passam a incluir a habilitação conjunta da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico e do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico. Assim, a habilitação profissional para a docência generalista é conferida através de uma Licenciatura em Educação Básica, ou a obtenção de créditos mínimos nos ciclos ou áreas a que o mestrado se dirige, e de um subsequente mestrado em ensino. Conforme se pode ler no decreto-lei acima referido, o novo sistema de formação para a docência valoriza a dimensão do conhecimento disciplinar, da fundamentação da prática de ensino na investigação e da iniciação à prática profissional, incluindo os ciclos de estudo as componentes: Formação educacional geral; Didáticas específicas; Iniciação à prática profissional; Formação cultural, social e ética; Formação em metodologias de investigação educacional e Formação na área da docência. Neste documento releva-se também a importância de ter em conta os perfis de desempenho docente e os planos curriculares da educação básica. Nos dois últimos anos letivos concluíram a formação os primeiros alunos que ingressaram neste novo sistema de formação. Por conseguinte, e não pretendendo fazer comparações com a formação anterior, parece-nos, que é o momento de fazermos um primeiro balanço no que respeita aos novos processos formativos. Essa intenção é traduzida através da questão: Que apreciação é feita sobre os novos processos formativos?, concretizando-a através das subquestões: Quais os aspetos mais valorizados na formação? Que importância é atribuída a cada uma das componentes de formação?, Que necessidades enfrentam os diplomados face à profissão?, e Que potencialidades/limitações são reconhecidas aos processos de formação em desenvolvimento?. O estudo segue uma abordagem de natureza qualitativa, com característica de estudo de caso, centrado nos processos de formação da instituição em que nos integramos como professoras. Para a recolha de dados, recorremos à inquirição por entrevista semi-estruturada. Participam no estudo seis diplomados dos mestrados profissionalizantes (Educação Pré-Escolar, Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º ciclo, Ensino do 1.º e do 2.º ciclo), três professores da instituição de formação e três orientadores cooperantes. Para a análise da informação foram definidas categorias de análise construídas a priori a partir das ideias expressas no quadro legislativo de referência e, outras emergentes da própria análise de dados. Pretendemos apresentar e discutir os resultados do estudo e deixar algumas sugestões/recomendações para a formação de professores. |