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Resumen Este artículo analiza algunas de las configuraciones discursivas de Abuelas de Plaza de Mayo, plasmadas en su primer libro: Botin de guerra (Nosiglia, 1985). En particular se examina el modo en que la Asociación -sobredeterminada por otros discursos-performa la noción de botín de guerra para referir a las niñas y niños desaparecidos-apropiados durante y por la última dictadura cívico-militar (1976-1983) en Argentina. A esos efectos, en primer lugar, se explora el funcionamiento del discurso autoritario, específicamente en lo que respecta a la ambivalencia y al estereotipo como recursos centrales para su eficacia, pero que simultánea y paradójicamente preparan, desde el interior de la propia formación discursiva, las condiciones para su desautorización. Luego se analiza la manera en que el discurso de Abuelas rechaza algunos estereotipos, invierte otros y produce desplazamientos en función de demostrar la criminalidad de las Fuerzas Armadas y demandar la restitución de las y los nietos. Finalmente se atiende a la desarticulación de la analogía «hijos de subversivos» = «menores abandonados», considerando que la noción de abandono se encontraba arraigada en determinados circuitos burocráticos referidos a la infancia «minorizada», constituyéndose en un significante (y en un mecanismo) socialmente disponible para consumar la apropiación de niños/as y sustitución de identidad. Abstract This article analyses several discourse configurations by Plaza de Mayo grandmothers, as portrayed in their first book: Botín de guerra (Nosiglia, 1985). Specifically, the way the Association -overdetermined by other discourses- performs the notion of war booty to refer to the missing/appropriated boys and girls by state agents during the last civic-military dictatorship (1976-1983) in Argentina. In order to do this, in the first place, the working of authoritarian discourse is explored, specifically concerning ambivalence and stereotype as core resources of its effectiveness, while simultaneously and paradoxically preparing, from the inside of their own discourse formation, the conditions to be disavowed. Then the way how the Grandmothers' discourse rejects several stereotypes, reverses others, and produces shifts in order to demonstrate the Armed Forces' criminality and call for their grandchildren being brought back. Finally, it engages in dismantling the analogy 'rebels' children' equals to 'neglected minors', considering that the notion of neglect was rooted in certain bureaucratic circuits related to a 'minorized' childhood, which makes up a socially available signifier (and mechanism) to complete the appropriation of boys/girls and substituting their identity. Resumo O presente artigo analisa algumas das configurações discursivas das Avós da Praça de Maio, incorporadas em seu primeiro livro: Botín de guerra (Nosiglia, 1985). Examina-se, particularmente, o modo em que a Associação -sobredeterminada por outros discursos-performa a noção de botim de guerra para se referir às crianças desaparecidas-apropriadas durante e pela última ditadura cívico-militar (1973-1983) na Argentina. Nesse sentido, explora-se o funcionamento do discurso autoritário, especificamente no que diz respeito à ambivalência e ao estereótipo como recursos centrais para sua eficácia que, contudo, preparam simultánea e paradoxalmente no interior da sua própria formação discursiva as condições de sua desautorização. Analisa-se posteriormente a maneira como o discurso das Avós rejeita alguns estereótipos, inverte outros e produz deslocamentos com o intuito de demonstrar a criminalidade das Forças Armadas e demandar a restituição das netas e dos netos. Finalmente, recorre-se à desarticulação da analogia «filhos de subversivos = menores abandonados», considerando que a noção de abandono está arraigada em determinados circuitos burocráticos que focam na infáncia menorizada, constituindo um significante (e um mecanismo) socialmente disponível para consumar a apropriação de crianças e a substituição da identidade. |