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Resumo: O planeamento e desenvolvimento de uma pesquisa sobre o uso político de monumentos na Hungria desde 2010 me levou a um impasse metodológico e não consegui progressos pelo que entendia ser a fórmula dos manuais para definir e resolver um problema. Embora tivesse um tema, um objeto e um pressentimento de que havia algo a ser investigado, não conseguia descrever em uma frase o problema e nem a questão de pesquisa. Acreditava que encontraria o problema ao analisar os atos do governo e a opinião pública e iniciei a revisão bibliográfica, catalogação de monumentos e escolha de uma amostra representativa. Ao tratar os monumentos como dados, ignorei que eles eram as testemunhas e vítimas a serem ouvidas. Pretendo descrever criticamente essa jornada através do objeto de pesquisa, decisões erradas e caminhos alternativos que me mostraram outras possibilidades. Meu objetivo é responder porque o ponto de partida da minha pesquisa estava errado e o que possibilitou a correção da rota durante o percurso. Partindo da experiência de campo, ilustrarei como a história individual e coletiva dos monumentos me possibilitou delimitar um problema que não cabia em planilhas ou modelagens. O uso de autores da arquitetura, história, linguística, memória, entre outros me possibilitou um olhar multidisciplinar o qual pretendo apresentar brevemente. A flexibilização das fronteiras entre áreas do conhecimento, ciência e artes se complementaram e não foram excludentes entre si nesta pesquisa, permitindo certa liberdade interpretativa no contexto, espaço e tempo. Adicionalmente, as teorias autor-rede e fontes secundárias, obtidos a partir de mecanismos de busca online serão utilizados na análise do processo de investigação. Espero demonstrar que a minha decisão errada de planeamento de pesquisa literal e inspirada em conceitos quantitativos me levou a um lugar até então inexplorado por mim: o objeto como objeto de pesquisa. |