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Resumo Introdução: O rastreio do cancro da mama tem, como propósito, não só o diagnóstico mais precoce como também a possibilidade de uma intervenção menos agressiva e com melhores resultados em saúde. Contudo, apesar de estar preconizada esta recomendação em mulheres a partir dos 50 anos, o mesmo não acontece naquelas com idades inferiores, em que a importância da discussão risco-benefício e a decisão partilhada apresentam ainda maior relevância. Este caso clínico pretende realçar a importância das decisões esclarecidas e partilhadas com o utente sobre saúde. Descrição do caso: Mulher de 48 anos, profissional de saúde, sem antecedentes familiares ou pessoais relevantes. Aos 40 anos, numa consulta particular de ginecologia, foi prescrita mamografia, sem esclarecimentos adicionais, cujo resultado foi BI-RADS 4, motivando a sua referenciação a uma consulta hospitalar. Realizou punção-biópsia aspirativa, que não revelou células malignas. Manteve vigilância no médico de família e aos 47 anos obteve novo resultado BI-RADS 4 em mamografia e voltou à consulta hospitalar, onde optou pela excisão cirúrgica da lesão, devido ao impacto psicológico negativo causado pela expectativa e incerteza do resultado. Comentário: Neste caso em particular, considerando a ausência de fatores de risco major para cancro da mama e a idade da utente, há que ponderar o risco de sobrediagnóstico e sobretratamento quando se inicia o rastreio do cancro da mama. É, por isso, essencial que a transmissão de informação seja feita de forma clara e que a tomada de decisão final seja partilhada e reflita a vontade da utente. |