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Introduction: Foreign-body ingestion is a common event, but in only less than 1% of the cases complications occur. Hepatic abscesses induced by foreign-body penetration are rare. To date, there are only 62 reported cases of hepatic abscess secondary to fish bone perforation of the gastrointestinal tract. Case Presentation: A 78-year-old male patient was admitted due to high fever and vomiting for 2 days, along with frequent eructations for the past 3 months. Abdominal ultrasound showed a liver abscess in the left lobe, and computed tomography revealed a hyperdense linear image that crossed the superior wall of the gastric antrum, contacting the liver lesion, suggestive of a foreign body, probably a fish bone. Blood cultures were positive with isolation of Streptococcus anginosus and Eikenella corrodens. Ultrasound-guided percutaneous drainage of the abscess was done, and S. anginosus was isolated in the pus. Surgical debridement and fish bone removal were performed; the patient completed 21 days of antibiotic therapy, with a favourable evolution. Conclusion: To the best of our knowledge, this is the first reported case of liver abscess caused by fish bone penetration with isolation of S. anginosus and E. corrodens. Bacterial coaggregation is one of the mechanisms that can explain their ability for causing invasive infections away from the oral cavity, by increasing their resistance to the innate immune system and survival of both species. Introdução: A ingestão de corpo estranho é frequente, mas em menos de 1% dos casos ocorrem complicações. Os abcessos hepáticos secundários a penetração por corpo estranho são muito raros. Até à data, estão reportados na literatura apenas 62 casos de abcesso hepático secundário a perfuração do tracto gastrintestinal por espinha de peixe. Caso clínico: Um homem de 78 anos foi internado por quadro de febre alta e vómitos com dois dias de evolução, a par de eructações frequentes nos últimos três meses. A ecografia abdominal revelou abcesso hepático no lobo esquerdo e a tomografia computorizada demonstrou imagem hiperdensa linear, contactando a lesão hepática e atravessando a parede superior do antro gástrico, sugestiva de corpo estranho (espinha de peixe). As hemoculturas foram positivas com isolamento de Streptococcus anginosus e Eikenella corrodens. O abcesso foi drenado por punção aspirativa eco-guiada, isolando-se Streptococcus anginosus no exsudado purulento. Realizou desbridamento cirúrgico e remoção da espinha; completou 21 dias de antibioterapia, com evolução favorável. Conclusão: Após revisão da literatura, este é o primeiro caso descrito de abcesso hepático secundário a perfuração por espinha de peixe, por Streptococcus anginosus e Eikenella corrodens. Um dos mecanismos que explica o seu potencial para causar infecções invasivas e distantes da cavidade oral é a coagregação bacteriana que contribui para a maior resistência ao sistema imunológico inato do hospedeiro e aumento da sobrevivência das duas espécies. |