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Resumo: Neste artigo, por meio de uma pesquisa qualitativa envolvendo observações e entrevistas, analiso dois “grupos de apoio” na cidade do Rio de Janeiro que assistem a pessoas que tiveram um grave contato com a morte, direta ou indiretamente. Partindo de uma abordagem sociológica pragmática, proponho um modelo específico de reconexão de passado e futuro para pessoas em luto que almejam retomar suas narrativas biográficas para além da experiência de vitimização. Assim, exploro como os grupos de suporte analisados buscam “dessingularizar” as experiências pessoais de contato com a morte, promover a troca de “energias emocionais” (pela empatia) e ressignificar “lembranças dolorosas” no intuito de mostrar o futuro como uma temporalidade possível para os assistidos. Mostro como pode ser reconstruído um poder íntimo de ação visando efetivar uma definição de situação não ligada à experiência extrema, mas almejando recuperar a potência agêntica sobre a própria vida. Abstract: In this article, through a qualitative research involving observations and interviews, I analyze two “support groups” in the city of Rio de Janeiro assisting people who had a severe near contact with death, directly or indirectly. From a pragmatic sociological approach, I propose a specific model of reconnecting past and future for people in mourning and aiming to resume their biographical narratives beyond the experience of victimization. Hence, I explore how the support groups seek to “desingularize” personal experiences of near contact with death, promote the exchange of “emotional energies” (through empathy) and resignify “painful souvenirs” in order to show the future as a possible temporality for those assisted. I show how an intimate power of action can be reconstructed in order to effectuate a definition of situation not linked to extreme experiences but aiming to recover the agentic potency over their own lives. Resumen: En este artículo, a través de una investigación cualitativa que incluye observaciones y entrevistas, analizo dos “grupos de apoyo” en la ciudad de Río de Janeiro que atienden a personas que tuvieron un contacto grave con la muerte, directa o indirectamente. Partiendo de un enfoque sociológico pragmático, propongo un modelo específico de reconexión de pasado y futuro para las personas en luto que pretenden retomar sus narrativas biográficas más allá de la experiencia de victimización. Así, exploro cómo buscan “desingularizar” experiencias personales de contacto con la muerte, promover el intercambio de “energías emocionales” (a través de la empatía) y resignificar “recuerdos dolorosos” para mostrar el futuro como una temporalidad posible a los asistidos. Muestro cómo se puede reconstruir un poder íntimo de acción para efectuar una definición de situación no ligada a la experiencia extrema, sino que desea recuperar la potencia agentica sobre la propria vida. |