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RESUMO Este artigo se propõe a discutir o conceito de translinguagem, explorando a multiplicidade de entendimentos frente ao termo e buscando tecer ligações entre as principais características da orientação translíngue e as bases de uma educação linguística crítica e decolonial na sociedade contemporânea. Inicialmente, o histórico do referido termo é brevemente apresentado, na medida em que são também tensionados entendimentos acerca da translinguagem e de seus traços constitutivos. A fim de expandir possibilidades de conceituação, toma-se como foco o processo de construção de sentidos, ressaltando-se sua natureza historicamente situada e complexa, além de suas marcas heterodiscursivas, plurissemióticas e multissensoriais. Nesse contexto, as noções de assemblagem e repertórios, entre outras, são discutidas, a partir de uma orientação espacial e temporalmente marcada. Por fim, tomando-se a translinguagem como uma prática de resistência, em um mundo constituído por discursos opressores e diferenças abissais, são apresentados princípios de uma educação translíngue e possíveis desafios para pedagogias de cunho transformador e decolonial. ABSTRACT This article aims at discussing the concept of translinguaging and, in order to do so, it explores the multiplicity of understandings regarding the term and also articulates aspects between the main characteristics of the translingual orientation and the framework of a critical and decolonial linguistic education in the contemporary society. Firstly, the history of the named term is briefly presented. Next, perspectives about translanguaging and its constitutive features are debated. In order to expand possibilities of conceptualization, the process of meaning making is brought to light, and the discussions emphasize its complex and historically situated nature, in addition to its heterodiscursive, plurisemiotic and multisensory constitutive elements. The notions of assembly and repertoires, among others, are discussed from a spatio-temporal orientation. Finally, taking translanguaging as a resistance practice, in a world which is deeply affected by oppressive discourses and abyssal differences, some principles of a translingual education and possible challenges concerning transformative and decolonial pedagogies are presented. |