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Resumo Compreendendo os museus como espaços de preservação, divulgação e construção da memória, o acervo do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC/CE) foi tomado para análise. O objetivo da pesquisa era entender quem eram os(as/es) artistas cujas produções estéticas compunham o acervo da instituição em termos raciais e de gênero. A pesquisa entrecruzou, então, a sociologia da arte com a sociologia das relações étnico-raciais e a sociologia do gênero, com especial enfoque nas teorias feministas negras, tendo como questão de trabalho, portanto, a pergunta: qual o papel da racialidade e do gênero no processo de legitimação de artistas no campo da arte contemporânea brasileira? Este artigo descreve o processo de pesquisa e seus resultados (que incluem uma exposição realizada no MAC/CE), apresentando as ausências e presenças no acervo em questão. Apesar do senso comum tomar o universo das artes visuais como um espaço de liberdade, cujas regras seriam menos rígidas e discriminatórias, a pesquisa, que contou também com a aplicação de questionário com artistas do acervo, indica que os padrões estabelecidos na sociedade envolvente também se fazem presentes no mundo da arte. Abstract Understanding museums as spaces for the preservation, dissemination and construction of memory, this study analyzed the collection of the Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC/CE) aiming at understanding who were the artists whose aesthetic productions made up the institution's collection in racial and gender terms. The research then intertwined sociology of art with sociology of ethnic-racial relations and sociology of gender, with a special focus on black feminist theories, for the purpose of answering the question: what is the role of raciality and gender in the process of legitimizing artists in the field of Brazilian contemporary art? This article describes the research process and its results (which include an exhibition held at MAC/CE), presenting the absences and presences in the collection in question. Despite common sense taking the universe of visual arts as a space of freedom, whose rules would be less rigid and discriminatory, the research, which also included the application of a questionnaire with artists that took part in the collection, indicates that the standards established in the surrounding society are also made present in the art world. |