Prevalência de dispnéia e possíveis mecanismos fisiopatológicos envolvidos em indivíduos com obesidade graus 2 e 3

Autor: Teixeira, Christiane Aires, Santos, José Ernesto dos, Silva, Gerusa Alves, Souza, Elisa Sebba Tosta de, Martinez, José Antônio Baddini
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2007
Předmět:
Zdroj: Jornal Brasileiro de Pneumologia, Volume: 33, Issue: 1, Pages: 28-35, Published: FEB 2007
Popis: OBJETIVO: Investigar a dispnéia e correlações com dados respiratórios de obesos graus 2 e 3. MÉTODOS: Estudaram-se 49 indivíduos com índice de massa corporal >35 kg/m², em dois grupos (presença ou ausência do sintoma). Avaliaram-se índice de dispnéia basal, espirometria, pressões respiratórias máximas e gasometria arterial. RESULTADOS: Doze indivíduos negaram dispnéia e 37 a confirmaram. O índice de dispnéia basal diferiu entre os dois grupos. Os valores médios dos parâmetros para todos estiveram dentro da normalidade, exceto para: volume residual/capacidade pulmonar total, volume de reserva expiratório, diferença alvéolo-arterial de oxigênio. O grupo dispnéico mostrou valores significativamente inferiores de volume de reserva expiratório, pressão expiratória máxima e pH arterial. Para todos, o índice de massa corporal correlacionou-se significativamente com: índice de dispnéia basal, volume residual/capacidade pulmonar total, volume expiratório forçado no primeiro segundo/capacidade vital forçada, fluxo expiratório forçado entre 25% e 75% da capacidade vital forçada, pressão parcial de oxigênio no sangue arterial, diferença alvéolo-arterial de oxigênio e pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial. O índice de dispnéia basal correlacionou-se significativamente com: volume residual/capacidade pulmonar total, volume de reserva expiratório, pressão parcial de oxigênio no sangue arterial, diferença alvéolo-arterial de oxigênio e pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial. CONCLUSÃO: Dispnéia é uma queixa freqüente em obesos graus 2 e 3. Eles apresentam expressiva redução do volume de reserva expiratório e aumento da diferença alvéolo-arterial de oxigênio. As correlações encontradas apontam para comprometimento das pequenas vias aéreas na obesidade, o qual teria papel na gênese da dispnéia. OBJECTIVE: To investigate dyspnea in individuals with Class II or III obesity and look for correlations among the respiratory data related to such individuals. METHODS: This study involved 49 subjects with a body mass index >35 kg/m², divided into two groups (those with dyspnea and those without). The baseline dyspnea index was evaluated, as were spirometry findings, maximal respiratory pressures and arterial blood gas analysis. RESULTS: Of the 49 subjects evaluated, 37 reported dyspnea and 12 reported no dyspnea. The baseline dyspnea index differed between the two groups. The mean values were within the range of normality for all subjects and all parameters, except for the following: ratio of residual volume to total lung capacity; expiratory reserve volume; and the alveolar-arterial oxygen gradient. The subjects with dyspnea presented significantly lower values for expiratory reserve volume, maximal expiratory pressure and arterial pH. In all subjects, body mass index correlated significantly with the following: baseline dyspnea index; the residual volume/total lung capacity ratio; the forced expiratory volume in one second/forced vital capacity ratio; forced expiratory flow between 25% and 75% of forced vital capacity; arterial oxygen tension; the alveolar-arterial oxygen gradient; and arterial carbon dioxide tension. The baseline dyspnea index was found to correlate significantly with the following parameters: residual volume/total lung capacity ratio; expiratory reserve volume; arterial oxygen tension; the alveolar-arterial oxygen gradient; and arterial carbon dioxide tension. CONCLUSION: Dyspnea is a common complaint in individuals with class II or III obesity. Such individuals present a pronounced reduction in expiratory reserve volume and an increase in the alveolar-arterial oxygen gradient. The correlations found suggest that obese individuals present dysfunction of the lower airways, and that obesity itself plays a role in the genesis of dyspnea.
Databáze: OpenAIRE