Popis: |
RESUMO A Baixada Fluminense tem sua identidade territorial marcada pelos rios, e seu nome está relacionado com a configuração fisiográfica da região. O artigo busca contribuir com a história da construção dessa identidade, no século XIX e início do século XX, sob uma perspectiva teórica que se situa na interface entre história ambiental e história dos sistemas sociotécnicos, possibilitando articular dinâmicas fluviais e sociais. O pano de fundo são as mudanças sociais e políticas no Brasil e no Rio de Janeiro no século XIX e até a década de 1930. A análise foi dividida em três diferentes períodos: (i) entre o início da ocupação do território, no final do século XVI, até a primeira metade do século XIX, quando os rios possibilitaram a prosperidade de alguns povoamentos; (ii) a estagnação econômica e subsequente decadência da região na segunda metade do século XIX e o início de sua representação como local pantanoso insalubre no final desse século, tendo os rios como foco dessa insalubridade; (iii) grandes intervenções sobre os rios na década de 1930, realizadas pelo DNOS, possibilitando um novo ciclo de desenvolvimento econômico da região. ABSTRACT The territorial identity of Baixada Fluminense is marked by rivers, its name derived from the region’s physiographic configuration. In this article we look to contribute to the history of how this identity was constructed in the nineteenth century and the beginning of the twentieth, adopting a theoretical perspective situated on the interface between environmental history and the history of sociotechnical systems, thus enabling an articulation of fluvial and social dynamics. The backdrop is formed by the social and political changes in Brazil and Rio de Janeiro from the nineteenth century to the 1930s. The analysis divides into three periods: (i) from the beginning of the territory’s occupation at the end of the sixteenth century to the first half of the nineteenth century, when the rivers enabled some settlements to prosper; (ii) the region’s economic stagnation and subsequent decline in the second half of the nineteenth century and its first depictions as an insalubrious marshland area at the end of the same century, with its rivers identified as the focal point of this unhealthiness; (iii) large-scale interventions on the rivers implemented in the 1930s, undertaken by the DNOS, which prompted a new cycle of economic development of the region. |