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OBJETIVO: A reconstituição biliar no transplante hepático intervivos é associada à elevada taxa de complicações. O objetivo do presente estudo é apresentar a nossa experiência com as complicações biliares pós-transplante hepático intervivos e o seu tratamento. MÉTODO: De um total de 300 transplantes hepáticos, 51 (17%) foram com doadores vivos. Todos receptores tinham o grupo sangüíneo ABO idêntico aos dos doadores. Os prontuários eletrônicos dos receptores foram avaliados para determinar a presença e o tipo de anomalia da via biliar, o tipo de reconstituição da via biliar, presença de complicações vasculares e biliares e o método e o resultado do tratamento das complicações. RESULTADOS: A via biliar era dupla em sete enxertos (16,7%) e tripla em dois (4,8%) enxertos do lobo hepático direito. Nos demais, ela era única. O tipo de reconstituição mais comum foi a hepaticohepaticostomia única ou dupla (38 transplantes; 75%). Complicações biliares ocorreram em 21 pacientes (41,2%) e incluíram fístula biliar em 11 (21,6%), estenose biliar em seis (11,8%) e fístula com estenose em quatro (7,8%). O local da fístula foi na anastomose biliar em 11 pacientes (21,6%) e na superfície cruenta do fígado em quatro (7,8%). O tratamento consistiu de inserção de prótese biliar em oito, papilotomia em um, retransplante em dois que tinham trombose da artéria hepática e sutura do ducto em um. A fístula fechou com o tratamento conservador em três pacientes. A maioria dos pacientes com estenose biliar foi tratada com dilatação seguida da colocação de prótese biliar. CONCLUSÕES: As complicações biliares são freqüentes após o transplante hepático intervivos e são associadas à elevada taxa de morbidade e mortalidade. BACKGROUND: Biliary reconstruction in living donor liver transplantation is associated with an elevated rate of complications. The objective of the present study is to present our experience with biliary complications following living donor liver transplantation and their treatment. METHODS: Of a total of 300 hepatic transplantations, 51 (17%) were of living donors. All receptors had identical ABO blood group of the donors. Electronic charts of the receptors were evaluated to determine the presence and type of biliary tree anomalies, presence of vascular and biliary complications and technique and results of the treatment of the complications. RESULTS: The biliary duct was double in 7 grafts (16.7%) and triple in 2 (4.8%) grafts of the right lobe. In the remaining, the duct was single. The most common reconstitution procedure was single or double hepaticohepaticostomy (n = 38; 75%). Biliary complications occurred in 21 patients (41.2%) and included biliary fistula in 11 (21.6%), biliary stenosis in 6 (11.8%), and fistula with stenosis in 4 (7.8%). The fistula was at the biliary anastomosis in 11 patients (21.6%) and at the liver surface in 4 (7.8%). Treatment consisted of biliary stent insertion in 8, papillotomy in 1, retransplantation in 2 who had hepatic artery thrombosis, and suture of the biliary duct in 1. Fistula closed with conservative treatment in 3 patients. Most biliary stenosis was treated with dilation followed by biliary stent insertion. CONCLUSIONS: Biliary complications are frequent after living donor liver transplantation and they are associated with elevated rates of morbidity and mortality. |