Estudo microbiológico do core e superfície das amígdalas palatinas em crianças portadoras de faringoamigdalites de repetição e hipertrofia adenoamigdaliana

Autor: Costa, Felipe Neiva, Santos, Odimara, Weckx, Luc Louis Maurice, Pignatari, Shirley S. N.
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2003
Předmět:
Zdroj: Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, Volume: 69, Issue: 2, Pages: 181-184, Published: MAR 2003
Popis: OBJETIVO: As faringoamigdalites bacterianas, assim como a hipertrofia das amígdalas palatinas, são extremamente freqüentes na população infantil. Este estudo visa a pesquisa e identificação da flora bacteriana que coloniza as amígdalas palatinas nas crianças portadoras destas afecções. FORMA DE ESTUDO: Clínico prospectivo. CASUÍSTICA E MÉTODO: Neste estudo, os autores avaliam 90 pacientes de ambos os sexos, com idades entre 2 e 6 anos (Pré-escolares) e 6 e 12 anos (Escolares) com indicação de adenoamigdalectomia; 27 com histórico de faringoamigdalites de repetição (AR), e 63 portadores de hipertrofia adenoamigdaliana obstrutiva (AO), assistidos na Disciplina de Otorrinolaringologia Pediátrica da Universidade Federal de S Paulo, no período de abril de 1999 a 2002. Foram colhidos swabs da superfície das amígdalas palatinas no momento da cirurgia, e após sua remoção cirúrgica, realizados esfregaços do core amigdaliano. O material obtido foi analisado em relação ao crescimento bacteriano. RESULTADOS: De uma forma geral, independentemente da faixa etária e do grupo, as bactérias consideradas patogênicas mais prevalentes foram o Haemophilus sp, 50,5% no grupo AO e 59,2% no grupo AR; Staphilococcus aureus (S. aureus), 50,7% no grupo AO e 33,3% no grupo AR; Streptococcus pyogenes (S.pyogenes), 9,5% no grupo AO e 7,4% no grupo AR; Streptococcus pneumoniae (S. pneumoniae), 4,7% no grupo AO e 0% no grupo AR; e Moraxella sp, 6,3% no grupo AO e 11,1% no grupo AR, não ocorrendo diferença significativa entre a superfície e o core. Tanto nos pré-escolares como nos escolares, o S. aureus foi mais freqüente nas crianças com hipertrofia (AO) em relação às que apresentavam infecções de repetição (AR). Nos escolares, o S. pyogenes foi mais prevalente no grupo AR, e embora presente em pré-escolares do grupo AO, não foi isolado nas crianças com infecção de repetição. O S. pneumoniae só foi isolado em crianças com hipertrofia adenoamigdaliana. CONCLUSÃO: Os resultados do nosso estudo sugerem que a flora bacteriana que coloniza a superfície amigdaliana é semelhante à do core amigdaliano; que a prevalência de S. pyogenes colonizante na orofaringe de crianças é alta, em torno de 10%, e que o S. aureus é mais prevalente em crianças portadoras de hipertrofia adenoamigdaliana. AIM: Bacterial pharyngotonsillitis and tonsil hypertrophy are extremely frequent in childhood. This study aims to identify and verify the frequency of the bacterial colonization in tonsils of children with history of recurrent tonsillitis and tonsil hypertrophy. STUDY DESIGN: Clinical prospective. PATIENTS AND METHOD: Ninety children, both female and male, ages between 2 and 6 years (pre-school children) and 6 and 12 years (scholars) scheduled for adenotonsillectomy; 27 with history of recurrent pharyngotonsillitis (AR), and 63 with obstructive adenotonsillar hypertrophy (AO), assisted at Division of Pediatric Otolaryngology, Federal University of Sao Paulo, were evaluated from 1999 to 2002. Material from the surface of the tonsils was taken with swabs at the moment of the surgery. After tonsil removal, material was also taken from the tonsil core. The obtained material were submitted to culture and analyzed according to bacterial growth. RESULTS: Overall, regardless the age and the diagnostic group, the most prevalent pathogenic isolated bacteria were Haemophilus sp, 50.5% in the AO group and 59.2% in the group AR; S. Aureus, 50.7% in the AO group, and 33.3% in group AR; S pyogenes, 9.5% in the AO group and 7.4% group AR; S. pneumoniae, 4.7% in the AO group, and 0% in group AR; and Moraxella sp, 6.3% in the AO group and 11.1% in group AR. No significant difference was noted between the bacteria isolated from surface and the tonsil core. S aureus was more frequent in the AO group compared to the group AR in both, school children and scholars. Scholars presented higher incidence of S pyogenes in the AR group, and although also present in the pre-school children tonsils, it was only isolated in the AO group. S pneumoniae was only isolated in children with obstructive adenotonsillitis (AO). CONCLUSION: The results of our study suggest that the surface and core bacterial colonization of the tonsils is similar. It also seems that the prevalence of S pyogenes colonization is high, around 10%, and that S aureus is more prevalent in children with hypertrophic adenotonsillitis compared to the group with recurrent infections.
Databáze: OpenAIRE