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Drimys brasiliensis Miers, conhecida como cataia ou casca-de-anta, é uma árvore nativa da Floresta Ombrófila Mista. Sua casca tem sido utilizada medicinalmente a partir da exploração de árvores em populações naturais. O objetivo deste trabalho foi a realização de estudos de biologia reprodutiva de Drimys brasiliensis visando fundamentar estratégias de exploração sustentável e conservação, possibilitando a geração de renda a partir da exploração deste recurso florestal não madeireiro. Foram realizados estudos de fenologia reprodutiva (296 árvores acompanhadas por 30 meses), ecologia de polinização e dispersão de sementes, e biologia floral. O período de florescimento ocorre durante o verão, com pico em janeiro. Frutos verdes estão presentes o ano inteiro, amadurecendo com o aumento das temperaturas. Ocorre uma sobreposição das fenofases fruto verde e fruto maduro oriundas de florescimentos de anos diferentes. Com isso, frutos maduros estão disponíveis o ano inteiro para a fauna. Os himenópteros são os visitantes florais com maior potencial de fluxo gênico via pólen, porém, a sua frequência é baixa, assim como a dos demais visitantes, apesar da alta produção de flores e da alta viabilidade dos grãos de pólen. Com isso, a alta produção de frutos observada é possivelmente decorrente da autofecundação. Os dispersores primários de frutos são raros, tendo sido observados pássaros. Entretanto, a dispersão secundária das sementes que chegam ao solo por barocoria é alta. Drimys brasiliensis Miers, locally known as "cataia" or "casca-de-anta", is a native tree of "Floresta Ombrófila Mista", in Brazil. Its bark has been used for medicine, through the exploitation of plants of natural populations. The present work aimed to study aspects of reproductive biology of Drimys brasiliensis in order to establish strategies for sustainable management and conservation, in order to generate alternative income from the exploitation of this non-timber forest product. Studies about reproductive phenology (296 plants during 2 years and a half), pollination and dispersal ecology, and floral biology were realized. The flowering season occurred the summer, with its peak in January. There are unripe fruits throughout the year, becoming ripe fruits as the temperature increases. There is a superposition of unripe and ripe fruit phenology from different flowering seasons. Ripe fruits are then, available for animals throughout the year. Hymenopteras are flower visitors with major potential for gene flow via pollen, but their frequency is low, like others flowers visitors, despite the high flowers production and pollen viability. Therefore, the highest fruit production which was seen comes from self-fecundation. The primary fruit dispersers are rare, birds being observed. However, the secondary dispersal of seeds that reach the ground by barocory is high. |