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RESUMO Estruturado em três segmentos, o artigo comenta em um primeiro momento ensaios visuais dos artistas contemporâneos Patrícia Cardoso, Marcelo Zocchio e Thiago Navas que tomam a cidade de São Paulo e suas representações como questão, em ações que tensionam aspectos como memória, autoria, autoridade e tradição visual. Em seguida, é apresentado um percurso historiográfico sobre a obra de Militão Augusto de Azevedo (Rio de Janeiro, 1837-São Paulo, 1905), produtor visual em destaque na reflexão operada naqueles ensaios. Surge ali como referência em diferentes graus e modos o Álbum comparativo da cidade de S. Paulo (1862-1887), o mais extenso conjunto imagético sobre a cidade ao final da década de 1880. Busca-se destacar como as imagens de Militão foram percebidas e mobilizadas no processo de construção de uma memória urbana local ao longo do século XX e, por fim, na própria constituição do campo da história da fotografia brasileira. O artigo retorna ao final à análise dos ensaios de Cardoso, Zocchio e Navas, comentando como operam sobre princípios estruturais como o recurso comparativo entre fotografias, as funções documentais, representacionais, etc. O artigo enfoca especialmente as temporalidades articuladas pela narrativas imagéticas no álbum de Militão e nas apropriações posteriores, e como uma potente reflexão sobre esses aspectos se realiza no segmento da arte contemporânea, permitindo expor as dinâmicas que submeteram a iconografia histórica local a agendas diversas. ABSTRACT The article, structured in 3 segments, comments some visual essays by contemporary artists Patrícia Cardoso, Marcelo Zocchio and Thiago Navas, which take the city of São Paulo and its representations as subject, working with aspects as memory, authorship, authority and visual tradition. Following the article presents a historiographical panorama about the work of Militão Augusto de Azevedo (Rio de Janeiro, 1837-São Paulo, 1905), a prominent visual producer, whose images are central for those essays. Militão Azevedo’s Álbum comparativo da cidade de S. Paulo (1862-1887), the most extensive imagery set about the city at the end of the 1880s, is a reference in different degrees and modes in such contemporary artworks. This paper seeks also to highlight how the images of Militão were perceived and mobilized throughout the 20th century in the process of building a local urban memory and in the very constitution of the field of the history of Brazilian photography. The article concludes with the analysis of Cardoso, Zocchio and Navas’ works, commenting the ways they operate on structural principles such as the comparative resource between photographs, documentary and representational functions etc. The text focuses on the temporalities articulated by the imagetic narratives in Militão's album and the later appropriations, and seeks to feature the potent reflection that takes form in the segment of contemporary art, which reveals the dynamics that had subjected the local historical iconography to different agendas. |