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This study used a qualitative methodology to analyze the discourse of mothers from Greater Metropolitan Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, whose infant children had died from what were considered avoidable causes (diarrhea, malnutrition, and pneumonia), seeking to elucidate the factors associated with utilization of health care services. Identification of the illness by the mother was related to perception of specific alterations in the child's state of health. Analysis of the alterations helped identify the principal characteristics ascribed to each alteration and their relationship to the search for treatment. The authors also studied the mother's assessment of treatment received at health care facilities; 43.0% of the cases involved problems related to the structure of health care services or the attending health care professionals. In 46.0% of the cases, mothers associated the child's death with flaws in the health care service. The study group showed a variety of interpretations of illness, often distinct from the corresponding biomedical concepts. The fact that attending health care personnel overlooked or underrated the mother's perception of the illness and the lack of communications between health care personnel and the child's family had an influence on the child's evolution and subsequent death. Neste trabalho foi analisado, através de metodologia qualitativa, o discurso de mães moradoras da Região Metropolitana de Belo Horizonte que perderam seus filhos por causas consideradas evitáveis (diarréia, desnutrição e pneumonia), buscando investigar os fatores associados à utilização dos serviços de saúde. Foi observado que a identificação da doença pela mãe está relacionada à percepção de alterações específicas no estado de saúde da criança. A análise de cada alteração permitiu conhecer as principais características atribuídas a cada uma e sua relação com a procura de tratamento. Também foi estudada a avaliação das mães sobre o atendimento recebido nos serviços de saúde, sendo informado em 43,0% dos casos, problemas relacionados à estrutura dos serviços de saúde e ao profissional do serviço de saúde. Em 46,0% dos casos, as mães relacionaram a causa da morte da criança com as falhas do serviço de saúde. Há no grupo estudado um variado conjunto de interpretações de doenças distinto, muitas vezes, dos conceitos biomédicos. O desconhecimento e/ou desvalorização da percepção materna da doença, com ausência de comunicação dos profissionais de saúde com a família da criança doente tiveram influência sobre o óbito. |