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OBJETIVOS: Avaliar a sobrevida dos pacientes com insuficiência cardíaca encaminhados para transplante cardíaco, e identificar os fatores de pior prognóstico a fim de estabelecer um escore para reconhecer os pacientes de maior risco de óbito. MÉTODOS: Foram avaliados 330 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 12 e 74 anos, encaminhados para transplante cardíaco no período de janeiro de 1986 a novembro de 2001. Foi feita análise de variáveis clínicas e laboratoriais, e de dados de eletrocardiografia, Holter, ecocardiografia e ventriculografia radioisotópica. RESULTADOS: O período mediano de acompanhamento foi de cinco anos e a sobrevida dos pacientes no primeiro ano foi de 84,5%, no segundo ano foi de 74,3%, no terceiro ano foi de 68,9%, no quarto ano foi de 64,8% e, no quinto ano, foi de 60,5%. As variáveis prognósticas selecionadas na análise univariada, estatisticamente significantes, foram: idade, etiologia chagásica, classes funcionais III e IV, ortopnéia, pressão arterial sistólica, pressão arterial média, pressão de pulso, uréia plasmática, sódio plasmático, glicemia, albumina, bilirrubina, hemoglobina e freqüência cardíaca média. As variáveis prognósticas na análise multivariada estatisticamente significantes foram: fração de ejeção, uréia e hemoglobina. O escore de risco foi calculado de acordo com a fórmula: RR = exp[(-0,0942401 x fração de ejeção) + (0,0105207 x uréia) + (-0,2974991 x hemoglobina) + (-0,0132898 x idade) + (-0,0099115 x glicemia)], discriminando a população com maior probabilidade de óbito. CONCLUSÃO: Apesar da sobrevida satisfatória, trata-se de amostra de pacientes com insuficiência cardíaca grave, sugerindo que esses pacientes podem ser mantidos em tratamento clínico otimizado até que apresentem deterioração clínica persistente. A fração de ejeção, os diâmetros ventriculares e a classe funcional não devem ser usados de forma isolada para indicação de transplante cardíaco. O escore de risco pode ser útil para discriminar a população com pior prognóstico. OBJECTIVES: To evaluate the survival of patients with heart failure submitted to cardiac transplantation screening as well as identify poor prognostic factors using a risk score to identify patients with higher death risk. METHODS: 330 male and female patients aged 12 to 74 years old, referred for heart transplantation from January 1986 to November 2001 were evaluated. Clinical, laboratory, electrocardiographic, Holter monitoring, echocardiographic and radionuclide ventriculography data were analyzed. RESULTS: The median follow up period was 5 years; patients' survival rate was 84.5% in the first year, 74.3% in the second year, 68.9% in the third year and 60.5% in the fifth year. The prognostic variables selected through the univariate analysis were: age, Chagas' disease etiology for cardiomyopathy, NYHA functional classes III and IV, orthopnea, systolic blood pressure, mean blood pressure, pulse pressure, plasma urea, sodium, glucose, albumin, bilirubin, hemoglobin, and mean heart rate. The prognostic variables at the multivariate analysis were: ejection fraction, blood urea, and hemoglobin. The risk score: RR=exp[(-0.0942401 x ejection fraction) + (0.0105207 x blood urea) + (-0.2974991 x hemoglobin) + (-0.0132898 x age) + (-0.0099115 x blood glucose)] discriminated the population with a higher death risk. CONCLUSION: Patients' survival was satisfactory despite heart failure severity, suggesting they can be maintained on optimized clinical treatment until persistent clinical deterioration takes place. Ejection fraction, ventricular diameters, and clinical functional class alone should not be used as an indication for heart transplantation. The risk score could help discriminate the population with the poorest prognosis. |