O peso da estrutura acionista na redação: o caso do Porto Canal
Autor: | Leite, Maria Beatriz Ribeiro |
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Přispěvatelé: | Marinho, Sandra, Universidade do Minho |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2022 |
Předmět: | |
Popis: | Relatório de estágio de mestrado em Ciências da Comunicação (especialização em Informação e Jornalismo) Enquanto os jornalistas se esforçavam por garantir a verdadeira autonomização do ofício, através da profissionalização, o jornalismo conheceu aquele que se pode considerar o seu verdadeiro momento áureo. Muitos acreditavam então que a força do profissionalismo e o respeito pela atividade eram suficientes para tornar os jornalistas imunes às pressões e ditames do poder económico. Não obstante, o certo é que as entradas em bolsa das empresas de comunicação e, mais tarde, a concentração dos grandes grupos de média animaram outros entendimentos. Assim, o presente relatório, centrado na minha experiência de estágio de três meses no Porto Canal, procura entender como conseguem os jornalistas exercer a sua autonomia, entre outros princípios fundamentais, mesmo sendo funcionários de uma empresa com capital privado, deste caso do FC Porto. No fim de contas, a questão fundamental consiste em saber até que ponto são os jornalistas, e os valores por eles defendidos desde a autonomização do ofício, ou as empresas mediáticas, com uma política editorial própria, que definem as regras e os critérios de seleção e produção de informação. Para isso, foram realizadas entrevistas a cinco jornalistas do Canal. Os resultados mostram que, embora os profissionais se esforcem por observar com rigor a cada normativo ético, as regras da empresa para o tratamento de informações que envolvam o clube portista e a precariedade da profissão no Porto Canal não favorecem o exercício da autonomia. O Canal está, deveras, apostado em atender aos interesses do FC Porto, uma vez que toda e qualquer notícia negativa sobre a formação e/ou os seus dirigentes não é sequer tida em conta, a menos que seja para divulgar a posição do clube. While journalists made an effort to guarantee the true autonomy of the profession through professionalization, journalism met what can be considered its true golden moment. Many then believed that the strength of professionalism and the respect for the trade were enough to make journalists immune to the pressures and dictates of the economic power. However, what is certain is that the listing of media companies and, later, the concentration of large media groups encouraged other understandings. Thus, this report, focused on my three-month internship experience at Porto Canal, seeks to understand how journalists manage to exercise their autonomy, among other fundamental principles, even though they are employed by a private company, in this case FC Porto. In the end, the fundamental question is to know to what extent are journalists, and the values they have been upholding since journalism became a profession, or media companies, with their own editorial policy, the ones who define the rules and selection criteria and information production. With this in mind, interviews were carried out with five journalists from the channel. The results show that although professionals strive to observe each ethical regulation, the company's rules for the treatment of information involving the FC Porto and the precariousness of working conditions in Porto Canal do not favour the exercise of autonomy. The channel is truly committed to serving the interests of FC Porto, since any and all negative news about the team and/or its managers are not even to be taken into account, unless they serve to convey the football team’s position. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |