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Introducao O propofol e um medicamento muito usado para sedacao, bem como inducao e manutencao de anestesia geral, e tem vantagens como o rapido inicio de acao e a curta duracao. A sindrome da infusao do propofol (SIP) e uma condicao rara e potencialmente fatal que pode ocorrer apos infusoes prolongadas e em altas doses, e e caracterizada por acidose lactica, instabilidade hemodinâmica, rabdomiolise, hipertrigliceridemia, falencia renal, hipercalemia e alteracoes eletrocardiograficas. Nao ha tratamento especifico, o manejo consiste na suspensao da droga e no controle das disfuncoes apresentadas. Plasmaferese, hemodialise e oxigenacao por membrana extracorporea sao opcoes que podem ser beneficas. A plasmaferese consiste na separacao do sangue entre plasma e elementos celulares, e no procedimento ocorre a retirada do plasma do paciente, que e substituido por um fluido de reposicao. Relato de caso JRMS, masculino, 31 anos, sem comorbidades, vitima de politrauma por atropelamento. Na admissao necessitou de intubacao orotraqueal e foi iniciada sedacao com propofol em infusao continua. Na admissao apresentava funcao renal e eletrolitos normais e creatinofosfoquinase (CPK) 3041 U/L. Ao longo dos dias evoluiu com instabilidade hemodinâmica com necessidade de droga vasoativa, alem de lesao renal aguda com oligoanuria, elevacao de escorias e hipercalemia refrataria, sendo indicada hemodialise no 10°dia. Alem disso, evoluiu com acidose metabolica, hipertrigliceridemia (684 mg/dL) e rabdomiolise, com elevacao progressiva de CPK, sendo levantada hipotese diagnostica de SIP. Medicacao foi suspensa e, devido a refratariedade das medidas clinicas insituidas e da terapia dialitica, foi solicitada avaliacao da equipe de hemoterapia para associacao de plasmaferese terapeutica. No 16° dia paciente atingiu CKP 41129 U/L e no 17°dia foi realizada primeira sessao de plasmaferese, com paciente ainda sob ventilacao mecânica e em uso de noradrenalina, sendo realizada troca de uma volemia plasmatica e usando albumina como fluido de reposicao. No dia seguinte houve reducao de CPK para 2458 U/L. No 19° dia foi submetido a nova sessao de plasmaferese. Evoluiu com queda progressiva de CPK, ate normalizacao no 25° dia, alem de reducao da hipertrigliceridemia e retorno da estabilidade hemodinâmica. No 31° dia foi retirada ventilacao mecânica. Apos resolucao do quadro, paciente apresentou outras intercorrencias e recebeu alta hospitalar no 96°dia. Discussao Foi apresentado caso com forte suspeita de SIP submetido a plasmaferese como alternativa terapeutica, uma opcao pouco descrita para esse diagnostico. Ainda nao existe terapia especifica para a SIP, alem da suspensao da droga. Foi encontrado relato de caso na literatura que mostrou beneficio com a plasmaferese e existe evidencia grau 2C para indicacao de plasmaferese em casos de hipertrigliceridemia e de intoxicacao por drogas. No caso relatado a intervencao foi associada a melhora da condicao clinica e dos parâmetros laboratoriais, resultando em reversao do quadro. |