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O artigo insere‑se numa investigação em curso sobre figuras de tradutores/as e imagens da tradução na literatura portuguesa, seja no domínio da ficção narrativa, da lírica ou da diarística. O texto constitui no essencial uma tentativa de análise do poema “O Tradutor”, de Armando Silva Carvalho, em que assomam as grandes questões da tradução. Contra o pano de fundo de uma sociedade sem memória histórica, o tradutor que aqui se apresenta prescreve‑se um programa de resistência, e a defesa de um ideal humanista de resgate da língua e da memória cultural. Denso de relações intertextuais, nomeadamente com alusões a Derrida, a grandes marcos da arte ocidental ou a programas televisivos da actualidade, o poema desenrola‑se no modo irónico, tão característico do escritor. |