Vidas Precárias de Travestis Negras: Uma Geografia do Machismo e da Transfobia em Parnaíba­PI

Autor: J. RODRIGUES, L. C. P. NASCIMENTO, R. M. MENESES, V. P. S. ARAÚJO
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Revista Latino-Americana de Geografia e Gênero; v. 12 n. 2 (2021); 39-55
Revista Latino-americana de Geografia e Gênero
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
instacron:UEPG
ISSN: 2177-2886
Popis: This article analyzes the experiences of violence against black travestis in the face of machismo and transphobia in the context of the COVID-19 pandemic. In methodological terms, we use cartography using affective diaries that allow a dense dive in the territories, braiding a geography of violence against black travestis in the city of Parnaíba-PI. According to ANTRA data, black travestis represent on average 80% of cases of lethal transphobia in Brazil, which puts these bodies in the crosshairs of afronecrotransphobia. It is observed that the pandemic process intensified the situation of precarious lives of black travestis, since social isolation has made it difficult to enter and stay in the labor market, and it is highlighted that 90% of trans women live from prostitution, reduced access, already limited, to social security institutions. In the geography of violence, affective diaries narrate two situations of sexist and transphobic violence, both against black travestis on public roads in the city of Parnaíba-PI. The victims sought support with the social worker of Acolhe Trans, a non-governmental collective, who in the reception directed to the complaint, however, both showed distrust in carrying out the procedures due to impunity in cases of transphobia. In this sense, it is understood that, in a regime of afronecrotransphobia, the absence or difficulty of access to public policies produces violence and deaths of the transgender population, especially the black population. Keywords: Black travestis. Afronecrotransphobia. Precarious lives. O presente artigo analisa as experiências de violências contra travestis negras frente ao machismo e à transfobia no contexto de pandemia da COVID­19. Em termos metodológicos, utilizamos a cartografia com uso de diários afetivos que possibilitam um denso mergulho nos territórios, trançando uma geografia das violências contra travestis negras na cidade de Parnaíba-­PI. De acordo com dados da ANTRA, travestis negras representam em média 80% dos casos de transfobia letal no Brasil, o que coloca esses corpos na mira daafronecrotransfobia. Constata-­se que o processo pandêmico intensificou a situação de vidas precárias de travestis negras, uma vez que o isolamento social tanto dificultou a entrada e a permanência no mercado de trabalho, e destaca­-se que 90% das mulheres trans vivem da prostituição, como reduziu o acesso, já limitado, às instituições de seguridade social. Na geografia das violências, os diários afetivos narram duas situações de violência machista e transfóbica, ambas contra travestis negras em vias públicas da cidade de Parnaíba-­PI. Asvítimas buscaram apoio com a assistente social do Acolhe Trans, coletivo não governamental, que no acolhimento orientou para a denúncia, contudo, ambas demostraram desconfiança na realização dos procedimentos em razão da impunidade em casos de transfobia. Nesse sentido, compreende-­se que, em um regime de afronecrotransfobia, a ausência ou dificuldade de acesso às políticas públicas produz violências e mortes da população transgênera, em especial a negra.  
Databáze: OpenAIRE