The refusal of denegation of the hunger in Rodolfo Teófilo: a psychoanalytic reading
Autor: | Karla Patricia Holanda Martins, Reginaldo Rodrigues Dias, Samanta Basso, Fabiano Rabêlo |
---|---|
Jazyk: | angličtina |
Rok vydání: | 2021 |
Předmět: | |
Zdroj: | Acta Scientiarum : Language and Culture, Vol 43, Iss 2 (2021) Acta Scientiarum. Language and Culture; Vol 43 No 2 (2021): July-Dec.; e57178 Acta Scientiarum. Language and Culture; v. 43 n. 2 (2021): July-Dec.; e57178 Acta Scientiarum. Language and Culture Universidade Estadual de Maringá (UEM) instacron:UEM |
ISSN: | 1983-4683 1983-4675 |
Popis: | The present article discusses the coalescence of natural and sanitary situations (such as droughts, storms or pandemics) with the way by which they are treated politically and the outcome: the production of collective catastrophes in the Brazilian historical tradition. One addresses the way these social traumas are usually denied by the official narrative, returning, in turn, via oral tradition and literature, which convey the testimony of actors who, apart from state support – or even with their explicit opposition – build paths to face urgencies, articulating solutions and mobilizing social ties. Rodolfo Teófilo, writer and pharmacist from Ceará, who lived in the late 19th and early 20th centuries, a period marked by hunger and long droughts, is one of these actors, responsible for acts of popular resistance. His books embody an attitude that is reflected not only in his life, but also in the events of his time. His narrative aims to defend the dignity of drought victims, who were confined in concentration camps outside the urban perimeter of Fortaleza. He also carried out smallpox vaccination campaigns that mainly affected the most disadvantaged population. His work, which has not yet received the deserved attention of critics, is today more thought-provoking and pertinent than ever, given that the same attitudes of disrespect and disregard for the most vulnerable are also being adopted by the leaders responsible for creating coping solutions for Covid-19. From a psychoanalytical perspective, with the concepts of denegation and disallowance, the books of Rodolfo Teófilo are problematized, treating them as the materialization of an aesthetic of melancholy and the testimony of a traumatic memory. The sertanejo is taken as a paradigm of otherness. Hunger and drought, as a paradigm of a collective subjective catastrophe. Hence one discusses the writer's legacy for the current political, cultural and health scenario. O presente artigo discute a coalescência das intempéries naturais e sanitárias (tais como secas, tempestades e pandemias) com a má condução política das crises para a produção de catástrofes coletivas na tradição histórica brasileira. Aborda-se como os traumas sociais geralmente são denegados pela narrativa oficial, retornando, por sua vez, pela via da tradição oral e da literatura, que transmitem o testemunho de atores que, à margem do apoio do Estado, constroem caminhos para o enfrentamento das urgências, articulando soluções e mobilizando laços sociais. Rodolfo Teófilo, escritor e farmacêutico cearense que viveu no final do século XIX e início do século XX, período marcado pela fome e longas secas, é um exemplo desses atores responsáveis por tais atos de resistência popular. Seus livros e sua vida encarnam um posicionamento político diante dos acontecimentos de seu tempo. Além de se empenhar na defesa da dignidade dos flagelados da seca, que eram confinados em campos de concentração fora do perímetro urbano de Fortaleza, ele executou campanhas de vacinação da varíola que atingiram sobretudo a população mais desfavorecida. A sua obra, que ainda não recebeu a merecida atenção da crítica, mostra-se hoje mais instigante e pertinente do que nunca, haja vista que as mesmas atitudes de desrespeito e descaso com os mais vulneráveis contra as quais ele lutou pauta hoje a ação dos governantes responsáveis por criar soluções de enfrentamento da pandemia de Covid-19. A partir da psicanálise, com os conceitos de denegação e desautorização, problematiza-se os livros de Teófilo, tratando-os como a materialização de uma estética da melancolia e do testemunho de uma memória traumática. Toma-se o sertanejo como paradigma da alteridade e a fome e a seca, como uma forma de catástrofe subjetiva coletiva. Repercute-se daí o legado do escritor para o cenário político, cultural e sanitário atual. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |