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Este ensaio se propoe a problematizar as estrategias da educacao alimentar e nutricional, no âmbito dos programas de alimentacao e nutricao, que, de maneira geral, tem apresentado pouca efetividade frente aos desafios do cenario atual, considerando o aumento continuo do excesso de peso e da obesidade na populacao brasileira. Os programas nessa area, em geral, visam a disseminacao de orientacoes e recomendacoes para o consumo de uma alimentacao tida como adequada e saudavel com vistas a promocao da saude, tendo como modelo hegemonico a abordagem biomedica. Procurar-se-a apontar fundamentos teoricos e metodologicos da educacao que tenham uma perspectiva historico-critica, voltada para a reflexao dos sujeitos sobre si e sobre as questoes que influenciam suas praticas e habitos alimentares, que buscam superar a perspectiva biologicista. O debate fundamenta-se na premissa de que o ato de se alimentar envolve dimensoes socioculturais, ambientais, economicas e afetivas que nao devem ser ignoradas ou secundarizadas, pois sao determinantes na formacao de habitos e escolhas alimentares, ou, por contradicao, na falta de opcoes nessas escolhas. Compreende-se que esses habitos sao forjados, em grande medida, pelas condicoes de vida e de trabalho dos sujeitos, com forte implicacao na organizacao de seu cotidiano, em funcao das limitacoes que essas condicoes produzem. Portanto, intervir nessas escolhas exige cuidado, pois se lida com dimensoes objetivas e subjetivas, em particular, aspectos culturais e sociais, alem de exigir uma pratica educativa fundamentada de forma critica e com consistencia teorica que possa contribuir com os propositos estabelecidos nas intervencoes da Educacao Alimentar e Nutricional. DOI: 10.12957/demetra.2017.28642 |