Pobreza e desigualdade social: o que pensam estudantes do ensino médio e superior

Autor: Sônia Bessa, Eliane Giachetto Saravali, Maria Belintane Fermiano
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Educação, Ciência e Cultura; v. 27, n. 2 (2022)
Revista Educação Ciência e Cultura
Universidade La Salle (UNILASALLE)
instacron:UNILASALLE
ISSN: 2236-6377
DOI: 10.18316/recc.v27i2.9921
Popis: A pobreza é um fenômeno social complexo que compromete o desenvolvimento econômico, cultural, político e social de um país, atingindo milhões de pessoas em todo o planeta. Com o objetivo de investigar como alunos do ensino médio e universitários do curso de Pedagogia pensam a respeito de fenômenos socioeconômicos relacionados à pobreza e à desigualdade social, conduziu-se investigação com 118 estudantes do curso de Pedagogia e do ensino médio, de ambos os gêneros, com idade entre 15 e 51 anos, de níveis socioeconômicos baixo, médio e alto, pertencentes a duas instituições de ensino particular, localizadas em cidade do interior de Goiás. O instrumento utilizado foi uma entrevista clínica individual que permite verificar três níveis de compreensão dos fenômenos econômicos. Os resultados apontam que 53,4% dos participantes apresentam respostas características do nível IB, ou seja, crenças pautadas na meritocracia e no esforço individual, demonstrando incompreensão de políticas estruturais na construção de uma sociedade mais equânime. Respostas características do nível II foram encontradas em 36,4% da nossa amostra; nelas percebe-se que os sujeitos conseguem estabelecer vinculações entre a hierarquia das profissões e a remuneração, mas não compreendem a relação entre poder e exploração. Observa-se, também, a presença da ideia de oportunidades, porém sem a compreensão de ações que impõem obstáculos às mudanças sociais. Somente 7,6% dos estudantes encontram-se no nível III em que verifica-se uma concepção mais complexa dos diferentes níveis socioeconômicos, a presença de concepções de poder e exploração e o estabelecimento de relações entre sistemas distintos. No caso destes participantes, a desigualdade é analisada como produto de variáveis históricas, econômicas e relações de poder e dominação. O presente estudo identificou, ainda, que fatores como idade, gênero, ocupação, nível socioeconômico e acadêmico não foram bons preditores de melhores ou piores níveis de compreensão dos fenômenos econômicos.
Databáze: OpenAIRE