Estarão os Doentes com Fibrilhação Auricular Correctamente Anticoagulados? Um Retrato de um Hospital Português do Interior

Autor: C F Lima, Joana, Aguiar, João Pedro, Paixão-Ferreira, Margarida, Calixto, Rita, Cesário, Vera, Alves da Costa, Filipa, Vaz, José
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Medicina Interna v.28 n.4 2021
Medicina Interna; Vol. 28 N.º 4 (2021): Outubro / Dezembro; 344-349
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
instacron:RCAAP
ISSN: 2183-9980
0872-671X
Popis: Introdução: Os anticoagulantes orais (ACOs) demonstraram reduzir o risco de acidente vascular cerebral isquémico em doentes com fibrilhação auricular (FA). Contudo, a proporção de doentes que não está anticoagulada e tem indicação para estar é ainda elevada. O nosso objectivo é avaliar a proporção de doentes com FA que estão sob anticoagulação e avaliar a qualidade da prescrição de ACOs. Material e Métodos: Foi realizado um estudo observacional retrospectivo no Serviço de Medicina de um hospital do Alentejo (01-04/2019). Foram incluídos doentes com ≥18 anos, com história prévia de FA não-valvular e com CHA₂DS₂-VASc ≥ 2 (homens) ou ≥ 3 (mulheres). Extraiu-se o número de doentes que estava sob ACO e o número de doentes correctamente anticoagulado. Realizou-se análise estatística uni e bi-variada (IBM SPSS v.27.0). Resultados: Foram incluídos 203 doentes: 51,7% (n = 105) eram mulheres e a idade média foi 80,2 ± 9,4 anos. Cerca de 40% (n = 82) dos doentes não estavam sob ACO. Cinquenta e sete porcento (n = 20) dos doentes que tinham história prévia de eventos cerebrovasculares não estavam sob ACOs. Um quarto da amostra (n = 31) estava incorrectamente anticoagulada. Os doentes sob ACOs tendiam a ser mais novos e estar medicados um maior número de fármacos (p = 0,001 e p = 0,027, respectivamente). Conclusão: Os resultados sugerem que uma elevada proporção de doentes elegíveis para ACOs não estava medicada. Dos doentes medicados, um quarto estava incorrectamente anticoagulado. De forma a melhorar o padrão de prescrição, poder-se-ia considerar a optimização da formação contínua aos profissionais de saúde e o desenvolvimento de novos indicadores relativos à performance do sistema de saúde.
Medicina Interna, Vol. 28 N.º 4 (2021): Outubro / Dezembro
Databáze: OpenAIRE