Técnicas reparadoras em crianças com anomalias congênitas da valva mitral: resultados clínicos tardios

Autor: Paulo R. Prates, Christiano da Silveira de Barcellos, Marcus K. S. Chiattoni, Gabriel Lorier, Gustavo Hoppen, Nicolas Teleo, João Ricardo M. Sant'Anna, Renato A. K. Kalil, Abud Homsi Netto, Javier Gonzales, Ivo A. Nesralla
Rok vydání: 1998
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.13 n.4 1998
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)
instacron:SBCCV
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery, Volume: 13, Issue: 4, Pages: 321-329, Published: OCT 1998
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery, Vol 13, Iss 4, Pp 321-329 (1998)
ISSN: 0102-7638
DOI: 10.1590/s0102-76381998000400005
Popis: Fundamento: Malformações congênitas da valva mitral são lesões complexas. Em crianças e adolescentes, os anéis protéticos devem ser evitados. Desde 1975 não usamos anéis protéticos, empregando-se a técnica de Wooler nas anuloplastias. Objetivo: Análise da evolução clínica tardia após o tratamento cirúrgico das anomalias mitrais congênitas, com e sem malformações associadas, em crianças até 12 anos de idade, tratadas com técnicas reparadoras e reconstrutivas sem suporte anelar. Casuística e Métodos: Foram avaliados 21 pacientes operados entre 1975 e 1998. A média de idade foi de 4,67 ± 3,44 anos; sexo feminino em 47,6%; a insuficiência esteve presente em 57,1% (12 casos), estenose em 28,6% (6 casos) e dupla lesão em 14,3% (3 casos). O tempo de perfusão foi 43,10 ± 9,50 min; tempo de isquemia 29,40 ± 10,50 min. O seguimento clínico na insuficiência foi feito em 12 pacientes com média de 41,52 ± 53,61 meses; no grupo de estenose em 4 pacientes com média de 46,39 ± 32,02 meses. Resultados: No grupo de insuficiência 10 pacientes estavam assintomáticos. Controle ecocardiográfico em 9 pacientes, (seguimento 37,17 ± 39,51 meses) 6 pacientes apresentaram refluxo leve, 1 ausência de refluxo e 2 com refluxo moderado; 1 paciente foi reoperado aos 48 m após a primeira operação, sendo feita nova plastia. No grupo da estenose, 4 pacientes, todos assintomáticos, sendo 2 sem medicação, com seguimento ecocardiográfico, média 42,61 ± 30,59 meses, gradiente médio entre 8 e 12 mmHg. No grupo de dupla lesão, 1 paciente foi reoperado para implante de bioprótese aos 43 meses da primeira operação, 1 paciente aos 75 meses da operação encontrava-se em classe funcional II e a ecocardiografia mostrou estenose e insuficiência leve. Não foram relatados episódios de endocardite nem tromboembolismo. A mortalidade operatória foi de 9,5% (2 casos). Não houve mortalidade tardia. Conclusões: a estenose mitral apresenta maiores dificuldades de correção, pelas anormalidades valvares e pela gravidade de lesões associadas. A correção da insuficiência sem suporte anelar apresenta bons resultados a longo prazo. Background: Congenital mitral valve disease is associated with complex deformities of mitral apparatus. Annular support should be avoided in children and adolescents. Since 1975 we have employed non-supported techniques for mitral repair. Objective: This paper presents long term clinical results for repair in congenital mitral valve disease in children under 12 years of age. Patients and Methods: This series comprises 21 patients operated from 1995 to 1998. Mean age 4.6 ± 3.4 years. Female sex 47.6% mitral regurgitation in 57.1% (12 pt), stenosis 28.6% (6 pt) and mixed lesion 14.3% (3 pt). Perfusion time was 43.1 ± 9.5 min and ischemic time 29.4 ± 10.5 min. Follow-up time was 41.5 ± 53.6 months for the regurgitation group (12 pt) and 46.3 ± 32.0 months for the stenosis group (4 pt followed). Results: Operative mortality was 9.5% (2 cases), both in the stenosis group. There was no late death. In the regurgitation group, 10 pt (83.3%) were assymptomatic. Echocardiographic control at a mean follow-up time of 37.1 ± 39.5 months showed, in 9 cases, 1 without reflux, 6 mild and 2 moderate reflux. There was 1 reoperation at 48 months post operative for a new valve repair. In the stenosis group, there were 4 patients followed, all in functional class I, 2 without drugs. Echo control at a mean follow-up time of 42.6 ± 30.5 months showed mean gradient from 8 to 12 mmHg. The mixed lesion group had 1 reoperation after 43 post-operative months. There were no cases of endocarditis or thromboembolism. Conclusion: Mitral valve repair in congenital lesions is associated with good late results. The majority of cases remain assymptomatic and free of reoperations. Failures are related to complexity of deformities. Rings on annular support are not necessary. Repair of regurgitation performs better than these for stenosis.
Databáze: OpenAIRE