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O presente artigo se objetiva em aproximar o cinema da antropologia através do filme Midsommar (2019) de Ari Aster na forma de uma afinidade eletiva, para citar o termo weberiano. A defesa feita aqui é a possibilidade de tratar Midsommar como um material capaz de incitar e retomar diversas problematizações antropológicas acerca do parentesco e animismo na forma de um filme. Reconhece-se aqui que tal proximidade é virtual e constituída a partir da presente reflexão ao tratar o filme como material etnográfico passível de análise, ainda que a referência à antropologia se dê em alguns momentos por intermédio de dois personagens identificados como antropólogos. Ao apresentar a reflexão sobre o parentesco, as questões aqui tangenciadas remetem-se aos temas do parentesco americano, construção e comparação das noções de incesto e a ideia de mutualidade do ser como elemento central no filme. Já sobre o animismo, este é apresentado tanto como elemento intrinsecamente ligado à questão do parentesco e como um posicionamento ético com implicações comportamentais fundadas em princípios e noções com implicações ontológicas. |