POTENCIALIZANDO O PAPEL DA CITOMETRIA DE FLUXO NA AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM LMA NPM1 MUTADO: IDENTIFICAÇÃO DE SUBTIPOS IMUNOFENOTÍPICOS, CORRELAÇÃO COM FLT3 MUTADO E IMPACTO DA PESQUISA DE DOENÇA RESIDUAL MENSURÁVEL

Autor: TT Takao, Adsb Perazzio, Mllf Chauffaille, M. V. Gonçalves, Alex Freire Sandes, YH Maekawa, MC Bruno, MC Silva
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 43, Iss, Pp S443-S444 (2021)
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2021.10.762
Popis: Introdução: LMA com NPM1 mutado corresponde a 30% dos casos de LMA de novo . Este subtipo é frequentemente associado a LMA mielomonocítica e monocítica e tipicamente aparece em adultos com cariótipo normal. Mutação NPM1 também é detectada em casos de LMA com e sem maturação, sendo associada à presença de blastos com invaginação nuclear (cup-like). Cerca de 40% dos casos apresentam, adicionalmente. a mutação do gene FLT3 . Casos de NPM1 mutado com cariótipo normal e ausência de FLT3 apresentam prognóstico favorável. Dessa forma, abordagens diagnósticas que permitam o diagnóstico precoce podem contribuir para melhor estratificação prognóstica desses pacientes. Objetivos: O presente estudo tem como objetivo caracterizar o perfil imunofenotípico de pacientes com LMA NPM1 mutado e sua relação com diagnóstico e prognóstico. Metodologia: Foram avaliados 67 pacientes com LMA NPM1 mutado entre ago/2011 a mar/2021. Citometria de fluxo foi realizada em todos os casos, sendo utilizado painéis de 8 cores a partir de 2013. Dados de evolução clínica e pesquisa de DRM por citometria após indução foram obtidos em 42 casos, com 18 casos apresentando recaída após tratamento. Como grupo controle, analisamos 10 casos de LPA com t(15;17) e 20 casos de LMA monocítica com ausência de NPM1. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS (versão 25). Resultados: A idade mediana foi de 59 anos (18-79a), sendo 37 M e 30 H. Mutação FLT3 ITD foi encontrada em 37% dos casos (23/62) e o cariótipo foi normal em 80% (54/61). De acordo com a classificação imunofenotípica, os casos de LMA NPM1 mutado se dividiram em 3 grupos: LMA com diferenciação monocítica (n = 28/41,85%); LPA-símile (n = 19/28%) e LMA não-LPA (n = 20/30%). O antígeno CD7 foi preferencialmente expresso nos casos de LMA não LPA (13/20), com tendência a associação com mutação FLT3 neste subgrupo (p = 0,08). Os casos de LPA-símile apresentaram forte expressão de MPO, CD33 e CD13, em associação à ausência de CD34, CD117 e CD15, fenótipo idêntico ao da LPA com t(15;17). O cálculo de granularidade (SSC) pelo escore de Ogata permite distinguir os dois subtipos, sendo de 1,98 (1,2-2,8) para LMA NPM1 e 5,95 (3,1-8,11) para LPA (p < 0,001). Nos casos de LMA NPM1 com componente monocítico, observou-se um padrão anômalo de maturação monocítica em 16/25 casos (64%), com aquisição inicial de CD300e ao invés de CD14 e/ou aquisição inicial de CD14 ao invés de CD36. Além disso o antígeno CD16 foi expresso em 44% dos blastos monocíticos (11/25). O padrão de maturação CD300/CD14 invertido também foi observado em 4/10 (40%) casos de LMA NPM1 não LPA. Nenhum caso de LMA monocítica com ausência da mutação NPM1 apresentou maturação anômala (NPM1mut: 64% vs NPM1wt: 0%, p < 0,001). Não houve relação do subtipo de classificação imunofenotípica com a taxa de recaída e tempo de sobrevida livre de progressão (SLP). A pesquisa de DRM pós-indução foi positiva em 8 casos sendo associada à maior número de recaída de LMA (DRM+: 7/8 vs. DRM-: 8/32; p = 0,001) e menor tempo de SLP em 3 anos (DRM+: 12% vs. DRM-: 58%; p < 0,001). A mutação do FLT3 também foi associada a menor tempo de SLP (FLT3mut: 25% vs. FLT3wt: 52%; p = 0,006). Conclusão: LMA NPM1 mutado apresenta três principais subgrupos com características morfológicas e imunofenotípicas distintas. A detecção do fenótipo LPA-símile e do padrão de maturação monocítica com inversão do CD300/CD14 são altamente preditivos da presença da mutação NPM1 e podem contribuir para o diagnóstico precoce, reforçando a necessidade de pesquisa de mutação NPM1 neste subgrupo de pacientes. A presença de DRM pós-indução por citometria foi associada a menor tempo de sobrevida livre de progressão.
Databáze: OpenAIRE