Meio ambiente, cuidado e direito: intersecções teóricas e práticas a partir da dialética da diferença

Autor: Carol Matias Brasileiro, Gustavo Seferian
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
Brazilian Journal of Public Policy; v. 10, n. 3 (2020)
Revista Brasileña de Políticas Públicas; v. 10, n. 3 (2020)
Revista Brasileira de Políticas Públicas; v. 10, n. 3 (2020)
Revista Brasileira de Políticas Públicas
Centro Universitário de Brasília (UniCEUB)
instacron:UNICEUB
ISSN: 2236-1677
2179-8338
Popis: O modo de produção capitalista, baseado no produtivismo e na acumulação, é repleto de contradições internas, que criam crises econômicas, ambientais e civilizacionais. A hipótese estratégica ecossocialista compreende que a crise ecológica é uma crise do modo de vida capitalista, ocidental, industrial e moderno, em que seres humanos e recursos naturais se tornam mercadoria, sendo que o verdadeiro ecologismo deve ser anticapitalista e antiprodutivista. Entretanto, apesar de a ameaça sobre os fundamentos da vida na Terra atingir toda a humanidade, as desigualdades sociais repercutem na esfera ambiental, fazendo com que trabalhadores, mulheres e negros suportem mais intensamente os danos do desenvolvimento, uma vez que natureza e cultura não estão apartadas. No presente trabalho, busca-se analisar a crise ambiental com olhar interseccional, articulando discussões sobre o racismo ambiental e o ecofeminismo construtivista, a fim de incidir, concretamente, no trato do trabalho de cuidado desde a realidade brasileira. Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica em que se associam, referencialmente, interseccionalidade e dialética da diferença, de acordo com a linha materialista histórica. Tem por conclusões o fato de que a tendência posta na regulamentação jurídica para equalizar, formalmente, sujeitos — tão presente no cerne do movimento de contrarreformas em movimentos sociais — apenas aprofunda uma fissura epistemológica própria da juridicidade burguesa, desatenta a elementos de classe, gênero, raça e sujeições a injustiças ambientais, contribuindo a abordagem para o aprofundamento da compreensão do complexo e pouco tangenciado tema do trabalho do cuidado desde a perspectiva do direito. The capitalist mode of production, based on productivism and accumulation, is full of internal contradictions, which create economic, environmental and civilizational crises. The eco-socialist strategic hypothesis understands that the ecological crisis is a crisis of the capitalist, western, industrial and modern way of life, in which human beings and natural resources become commodities, and the true ecologism must be anti-capitalist and anti-productivism. However, despite the threat to the fundamentals of life on Earth reaching all of humanity, social inequalities have an impact on the environmental sphere, making workers, women and blacks bear the damage of development more intensely, since nature and culture are not apart. Therefore, in this research, we seek to analyze the environmental crisis with an intersectional look, articulating discussions about environmental racism and constructivist ecofeminism, in order to have a concrete impact on the care work in the Brazilian reality. As for the methodology, it is a bibliographic review and data research in which intersectionality and dialectic of difference are associated, according to the historical materialist line. Its conclusions are that the tendency in legal regulation to formally equalize subjects - so present at the heart of the counter-reform movement in social movements - only deepens an epistemological fissure typical of bourgeois legality, inattentive to elements of class, gender, race and subjections to environmental injustices, contributing to the approach to deepen the understanding of the complex and little touched theme of care work from the perspective of the law.
Databáze: OpenAIRE