O último homem da Europa: a luta pela memória no universo não ficcional da obra de George Orwell, 1937-1949

Autor: Matheus Cardoso da Silva
Přispěvatelé: Sara Albieri, Maria Elisa Burgos Pereira da Silva Cevasco, Daniel Aarão Reis Filho
Rok vydání: 2015
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
DOI: 10.11606/d.8.2010.tde-26112010-125409
Popis: O presente trabalho propõe um estudo sobre a critica de George Orwell ao processo de manipulação da memória nas sociedades do entre guerras europeu. Serão tomados como referência para a compreensão desta crítica, seus escritos de não-ficção, entre os anos de 1937 e 1949, período que abarca suas reflexões sobre a Guerra Civil espanhola (1936-9) e a publicação de seu último trabalho em vida, o 1984 (1949). É inegável a profusão crítica em relação ao totalitarismo na obra de Orwell, especialmente em seus escritos ficcionais do final da década de 1940 o Animal Farm e o 1984. Contudo, foi exatamente em sua obra não-ficcional, tematizada aqui, que se construiu todo o arcabouço reflexivo de sua critica a supressão das liberdades individuais nas sociedades europeias das décadas de 1930 e 1940, especialmente através do processo de manipulação da memória. A critica de Orwell não visa somente os governos autoritários na Europa desse período ou em suas versões totalitárias no nazismo e stalinismo mas acaba por atingir a sociedade inglesa da década de 1940. O que Orwell vai destacar, principalmente em sua crítica jornalística, é um processo de manipulação das informações veiculadas na imprensa inglesa, seja ele institucional, através de órgãos governamentais, como o Ministério da Informação, seja na supressão de informações em periódicos de influência ou controle comunista (no sentido de não divulgarem posições contrárias às determinações do Cominterm), apontando para a construção de uma visão ´´oficial``, ´´autorizada``, primeiro sobre a Guerra Civil espanhola, e posteriormente, sobre inúmeros acontecimentos relacionados à 2º Guerra Mundial e a propaganda de guerra. This work proposes a study of George Orwell\'s critical to the process of handling the memory in the societies of interwar Europe. Will be taken as reference to understand this criticism, his nonfictional writing, between the years 1937 and 1949, a period that spans his reflections on the Spanish Civil War (1936-9) and the publication of his latest work in life, 1984 (1949). Undeniably the critical profusion of the totalitarianism of Orwell\'s work, especially in his fictional writings of the late 1940s - the Animal Farm and 1984. However, it was exactly in his non-fiction, implied here, which is built around the framework reflective of the criticism of suppression of individual liberties in the European societies of the 1930s and 1940s, especially through the process of handling the memory. The criticism of Orwell does not only authoritarian governments in Europe of 7 that period - or their versions in totalitarian States of Nazism and Stalinism - but ultimately reach the English society of the 1940s. What Orwell will highlight, especially in its journalistic criticism, is a process of manipulation of information broadcast by the English press, be it institutional, through government agencies such as the Ministry of Information, either in the suppression of information in journals of influence or communist control (in the sense not to disclose positions contrary to the determinations of Cominterm), pointing to the construction of a official, authorized version, first on the Spanish Civil War, and later on various events related to World War Two and the war propaganda.
Databáze: OpenAIRE