'Práticas não-convencionais em medicina no Município de São Paulo'

Autor: Kazusei Akiyama
Přispěvatelé: Moises Goldbaum, Euclides Ayres de Castilho, Chester Luiz Galvao Cesar, Alvaro Escrivão Junior, Paulo Rossi Menezes
Rok vydání: 2015
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
DOI: 10.11606/t.5.2004.tde-04042005-212807
Popis: Nos países ocidentais, a chamada medicina complementar e alternativa (MCA) vem recebendo crescente atenção entre a classe médica devido ao aumento de seu uso pela população. São tipos de práticas de diagnóstico e de cuidados relacionados à saúde que coexistem paralelamente em nosso meio, sendo a maior parte delas, não-regulamentada. Existem poucos estudos sobre o assunto; nos países industrializados, a prevalência de utilização chega a 40% na população geral. Este trabalho procura identificar as atitudes e as experiências sobre MCA entre os médicos domiciliados no Município de São Paulo. É um estudo populacional, descritivo e transversal de uma amostra aleatória de 537 profissionais, de todas as especialidades. Para tanto, foi utilizado um questionário específico, aplicado por meio de contato telefônico, entre outubro de 2002 e fevereiro de 2003. A taxa de resposta foi de 68%. A amostra foi representativa da população estudada, sendo composta de 80 tipos de especialidades e sub-especialidades médicas. Para cada três médicos, houve um do sexo feminino. O grupo que se recusou a responder o questionário era composto de médicos com mais idade, de especialidades cirúrgica e tocoginecologia. Os resultados apontam que a MCA é prevalente no cotidiano do médico paulistano; 87,6% referiram perceber demanda por parte dos pacientes; 5,8% referiram não ter tido contato profissional com MCA; no plano privado, 1,8% referiram não ter tido contato próprio ou de algum familiar próximo. Metade dos médicos mostrou atitude positiva com a MCA; 52% endossam ou prescrevem algum tipo; 20% referem treinamento e 13% informam ser provedores, de pelo menos uma modalidade de MCA. Ao serem indagados sobre a influência das MCA, 61,5% opinaram que há influência positiva para o resultado terapêutico do paciente; 42,8% acham que essas práticas alteram positivamente o trabalho do médico; 61,9% entendem que causam alguma ação sobre o resultado terapêutico. Sessenta e quatro por cento dos médicos sentem pouca ou alguma familiaridade com as MCA. As modalidades que os entrevistados mais referiram conhecimento foram: acupuntura, homeopatia, terapias em grupo, dietas alternativas e massagem. Noventa e um por cento concordaram que é importante o médico ter algum conhecimento em MCA; 69,5% discordaram que devam ser combatidas pela classe médica; 85,4% acharam que devem ser utilizadas somente se forem científicas. Quanto ao treinamento, mais de 60% acharam importante recebê-lo, inclusive na formação médica. Menos de 30% dos médicos referiram fazer sistematicamente, na anamnese, perguntas sobre o uso corrente ou passado de MCA. A análise de dados através de regressão logística ajustada mostrou que a variável “treinamento em MCA" influencia os desfechos “atitude" (OR= 2,20; IC95% 1,21-4,03; p=0,009), “prescreve ou endossa" (OR= 4,07; IC95% 2,02-8,20; p
Databáze: OpenAIRE