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Este artigo procura compreender, através do trabalho artístico de Gonçalo Mabunda e de Hilário Nhatugueja, como o Núcleo de Arte de Maputo leva a cabo uma “reciclagem” e reprodução dos ícones de guerra, de forma a criar toda uma produção identitária baseada na memória histórica. Debruço-me sobre a forma como as esculturas podem abrir espaço a um lugar de memória liminar que permite a negociação de significados e mnemónicas associadas à Guerra Civil, espelhando contramemórias coadas pelas experiências pessoais dos artistas. Analisa-se a capacidade expressiva e simbólica da linguagem escultórico-performativa enquanto comunicadora de significados sociais e políticos e como forma de mise-en-scène do “drama social”. This article seeks to understand, through the artwork of Gonçalo Mabunda and Hilário Nhatugueja, as the Maputo Art Center carries out a “recycling” and reproduction of war icons in order to create an entire identity production based on historical memory. I lean over on how sculptures can make room to a place of memory injunction allowing the negotiation of meanings and mnemonics associated with the Civil War, mirroring counter-memories strained by the artist’s personal experience. It analyzes the expressive and symbolic capacity of sculptural-performative language as communicator of social and political meanings, and as a form of mise-en-scène of “social drama”. |