Teste anti-HIV entre homens que fazem sexo com homens em São Paulo: busca espontânea rotineira e episódica

Autor: Bruna Robba Lara Redoschi
Přispěvatelé: Vera Silvia Facciolla Paiva, Manoel Carlos Sampaio de Almeida Ribeiro, Regina Maria Barbosa, Cláudia Renata dos Santos Barros, Ivan França Junior, Maria Amélia de Sousa Mascena Veras
Rok vydání: 2017
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
DOI: 10.11606/t.6.2016.tde-29032016-144517
Popis: Introdução No contexto da valorização crescente do teste anti-HIV como estratégia de prevenção programática, a promoção do teste anti-HIV como estratégia de prevenção entre homens que fazem sexo com homens (HSH) é fundamental. Objetivo - Analisar os fatores associados tanto ao uso rotineiro como episódico do teste anti-HIV. Métodos - Os participantes foram 946 HSH entrevistados pelo Projeto SampaCentro em locais de sociabilidade HSH da região central de São Paulo entre novembro de 2011 e janeiro de 2012, nunca testados ou que procuraram o teste espontaneamente. A metodologia de amostragem foi a time-space-sampling e foram utilizados protocolos do Stata 12.0 para análise de amostras complexas. Os homens que se testaram por rotina ou episodicamente foram comparados aos nunca testados. As variáveis analisadas nos dois modelos de regressão de Poisson foram divididas em três níveis: características sociodemográficas (primeiro nível); socialização na comunidade gay e exposição da orientação sexual, discriminação e opiniões e atitudes em relação ao HIV/Aids e ao teste (segundo nível); percepção de risco, estratégias de prevenção e práticas e parcerias sexuais (terceiro nível). Resultados Os homens que se testaram rotineiramente eram mais velhos e moradores no Centro de SP. Além disso, tinham exposto a orientação sexual para profissional de saúde, sido discriminados em serviços de saúde mas não por amigos e/ou vizinhos (em razão da sexualidade) e não mencionaram medo do resultado do teste como motivo para HSH não se testarem. Também tinham maior probabilidade de conhecer pessoa soropositiva e de ter parcerias estáveis sem sexo anal desprotegido nas casuais (comparado a ter apenas parcerias casuais protegidas). Os homens que se testaram episodicamente eram mais velhos, residentes do Centro de SP, não moravam com parentes, expuseram sua orientação sexual para profissional de saúde, não reportaram medo do resultado do teste como barreira, conheciam pessoa soropositiva e mencionaram parceria estável sem sexo desprotegido com parceiro casual ou então sexo desprotegido em parcerias casuais (comparado a ter apenas parcerias casuais protegidas). Conclusões Os mais jovens, os que moram fora do centro de São Paulo, e os que expões menos sua orientação sexual são os segmentos que menos se testam rotineira ou episodicamente. Assim, dependem de ações para que seu direito seja protegido e assegurado. A estigmatização e a discriminação da homossexualidade deve ser combatida para que não impeça o acesso ao teste e a outros serviços de saúde. Disseminar informações e socializar os mais jovens para o diálogo sobre as estratégias de prevenção biomédicas e estratégias comunitárias de prevenção é necessário. Para ampliar o acesso e qualidade da testagem como recurso fundamental de programas de prevenção permanece o desafio de sustentar o debate sobre sexualidade e prevenção a cada geração, assim como nos programas de formação de educadores e de profissionais de saúde de todas as áreas. Introduction The relevance of HIV testing is growing in programmatic policies. Promoting HIV testing among men who have sex with men (MSM) is of utter importance. Objective Analyze factors associated with routine and episodic use of HIV testing. Methods Our participants were selected from the database of Projeto SampaCentro, a time-location sampling serobehavioral surveillance survey of MSM in São Paulo, Brazil, that took place between November 2011 and January 2012. Our participants were 946 MSM not HIV positive who were never tested or whose last testing was client-initiated. All analysis were performed using complex samples protocols in Stata 12.0. Men were divided in routine testers, episodic testers and men who had never tested. Routine testers and episodic testers were compared to those who had never tested using two Poisson regression models. Variables were divided in three levels of analysis: sociodemographic (first level); socialization in gay community and disclosure of sexual orientation, discrimination, attitudes and opinions on HIV/AIDS and testing (second level); risk perception, prevention strategies and sexual practices and partnerships (third level). Results Routine testers were older and lived in Central São Paulo, had more frequently disclosed their sexual orientation to a health professional and been discriminated against in health service settings, were less likely to having suffered discrimination from friends and/or neighbors and to point fear as a barrier to testing, were more likely to know someone infected with HIV and to mention steady partners without unprotected anal intercourse (UAI) with casual partners (compared to having only casual partners with no UAI). Episodic testers were also older and more likely to live in Central São Paulo, less likely to live with relatives, more likely to have disclosed their sexual orientation to a health professional, less likely to point fear as a barrier to testing, more likely to know someone infected with HIV. This group more frequently mentioned steady partners without UAI with casual partners and UAI with casual partners, regardless of mentioning steady partners (compared to having only casual partners with no events of UAI). Conclusion Young MSM, those who live outside Central São Paulo and those less ready to disclose their sexual orientation are the MSM segments that are less likely to test, routinely or episodically. Therefore, programmatic actions are needed to ensure their rights are protected. Stigmatization and discrimination of homosexuality must be mitigated so that it wont be a barrier to information about prevention and testing services. Additionally, information on biomedical and communitarian prevention technologies must be shared and presented to those not yet familiar with these strategies. In order to improve access and quality of testing, the challenge of sustaining the debate about sex, sexuality and prevention remains, as new generations of MSM will need to be introduced to this debate. The same is true for the course curriculum of health professionals and educators.
Databáze: OpenAIRE