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Leuconostoc lactis é uma bactéria gram-positiva, anaeróbia facultativo, cocos ou cocobacilos, catalase e oxidase negativos. Sendo intrinsecamente resistente à vancomicina e apresentando resistência cruzada a teicoplanina. No passado, L. lactis não era considerada patogênica para humanos, mas casos ocasionais de ventriculite, osteomielite e infecção da corrente sanguínea têm sido reportados. Trata-se de um relato de infecção de corrente sanguínea por Leuconostoc lactis isolado em hemocultura. M.E.B.F., sexo feminino, 73 anos, natural de Rio Branco, residente do distrito de Triunfo - interior de Rondônia, antecedentes de hipertensão arterial sistêmica e diabetes Mellitus tipo 2, sem história de internação recente. Admitida no Centro de Medicina Tropical de Rondônia, em Porto Velho, transferida de Unidade de Pronto Atendimento no dia 01/05/2021, com diagnóstico de COVID-19, porém já no 14º dia do início dos sintomas. Admitida com história de mialgia, astenia, febre não aferida, evoluindo com dispneia e queda da saturação de oxigênio, com necessidade de internação hospitalar e oxigênio suplementar. Em 08/05, 8º dia de internação, apenas com acesso venoso periférico, sem outros dispositivos invasivos, a paciente evoluiu com aumento dos leucócitos de 11.680 para 17.440, além de três episódios de hipoglicemia (45, 45 e 49 mg/dL), dois episódios de hipotermia (34,1ºC - 34,5ºC), episódio de calafrio, e queda da relação PaO2/FiO2, necessidade de aumento da FiO2 de 50% para 70% de oxigênio, para manter saturação >92%. Na ocasião foi iniciado Imipenem e coletadas culturas, sendo a urocultura negativa e a hemocultura com crescimento de Leuconostoc lactis. Paciente evoluiu com piora progressiva, sendo encaminhada para Unidade de Terapia Intensiva em outro hospital antes mesmo dos resultados das culturas e evoluindo posteriormente a óbito. Com o uso indiscriminado de antimicrobianos, no caso, nomeadamente a Vancomicina, vem aumentando casos de bacteremia com novos agentes resistentes à Vancomicina. Não há uma recomendação específica para a escolha do antimicrobiano. A paciente avaliada não tinha fatores de risco importantes para infecção por L. lactis ou bactérias multirresistentes. Mais estudos devem ser feitos para avaliar a real prevalência desses agentes incomuns. |