Patrimonialização e desenvolvimento : conexões e contradições em Brasília
Autor: | Janaina Lopes Pereira Peres |
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Přispěvatelé: | Bessa, Luiz Fernando Macedo |
Rok vydání: | 2019 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UnB Universidade de Brasília (UnB) instacron:UNB |
DOI: | 10.26512/2016.03.d.19999 |
Popis: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional, 2016. Brasília impõe-se como um interessante laboratório de análise. Expressão da arquitetura e do urbanismo modernos, a cidade foi planejada para sintetizar, simultaneamente, um projeto nacional-desenvolvimentista e o símbolo de uma pretendida mudança de rumos no país – em termos políticos, econômicos, geográficos, estratégicos e, sobretudo, sociais. Suas singularidades, juntamente com o simbolismo que envolve sua concepção e sua construção, fizeram com que já nascesse protegida e que no decurso de apenas três décadas essa proteção fosse institucionalizada em três escalas: na internacional, por meio de sua inscrição na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO (1987); na distrital, por meio do Decreto 10.829 (1987) e na federal, por meio da Portaria nº 04 (1990), posteriormente transformada na Portaria 314 do IPHAN (1992). Inevitavelmente inserida na lógica pós-moderna de crescente mercantilização das cidades, dos lugares e dos patrimônios naturais/culturais, Brasília expandiu-se, a partir do plano de Lucio Costa, de maneira rápida e desordenada, o que resultou em seu “polinucleamento” e em sua fragmentação – política, física e imaginária. Diante desse cenário, questionou-se em que medida os valores universais atribuídos a Brasília, por meio de sua patrimonialização, traduzem-se em benefícios locais, para a sociedade urbana. Por meio da análise teórica de três categorias – o patrimônio, o desenvolvimento e a cidade – e por meio da análise empírica de seu processo de patrimonialização desvelaram-se as conexões e as contradições que se estabelecem entre a patrimonialização da cidade e seu desenvolvimento, enfatizando que tais conexões e contradições reforçam-se ou anulam-se no confronto entre o discurso e o cotidiano, a teoria e a prática. São inúmeras as possibilidades de vínculo entre o patrimônio e o desenvolvimento, mas a sinergia entre esses dois processos, para ser virtuosa e positiva, depende de um catalisador, a que chamamos força política. Brasilia imposes itself as an interesting study case. Being the uttermost expression of the modernist architecture and urbanism, the city was planned to synthesize both a national development project and the symbol of an intended national course change - in political, economic, geographic, strategic and especially social terms. Its uniqueness, along with the symbolism surrounding its design and construction, may be one of the reasons why it was born already shielded by law and also why the protection was institutionalized in three scales, in the course of only three decades: on the international level, through its inscription on the UNESCO’s World Heritage List (1987); at district level, through the Decree 10,829 (1987) and on the federal level, through Ordinance No. 04 (1990), later transformed into the Ordinance 314 of IPHAN (1992). Inevitably inserted into the postmodern logic of increasing commercialization of cities, places and cultural/natural heritages, Brasilia expanded itself from Lucio Costa’s plan in a quick and disorderly manner, which resulted in the existence of multiple cores and in its fragmentation - political, physical and imaginary. Given this scenario, the extent to which the universal values attributed to Brasilia, through its heritagization translate into local benefits for the urban society was questioned. Through the theoretical analysis of three core categories - heritage, development and the city - and through the empirical analysis of its heritagization process the connections and the contradictions established between the city's heritagization and its development where unveiled, emphasizing that such connections and contradictions reinforce each other or cancel each other in the confrontation between discourse and everyday life, theory and practice. There are numerous connection possibilities between heritage and development, but the synergy between these two processes, to be virtuous and positive, depends on a catalyst that we call political force. |
Databáze: | OpenAIRE |
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