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Resumo Introdução: As síndromes de predisposição hereditária para cancro têm sido conceptualizadas como um processo a nível familiar. No entanto, relativamente poucas investigações têm avaliado o seu impacto nos membros da família. Objetivos: O presente estudo pretendeu explorar os processos de adaptação da família às síndromes de predisposição hereditária para cancro no contexto do aconselhamento genético, da gestão de risco e da vigilância a longo prazo. Metodologia: Realizamos entrevistas semi-estruturadas a 13 participantes com uma das seguintes síndromes genéticas: síndrome hereditária do cancro da mama e ovário, síndrome de Lynch, síndrome do cancro gástrico difuso hereditário, ou polipose adenomatosa familiar. A entrevista foi desenvolvida através de uma abordagem participativa com o envolvimento de profissionais de saúde e de indivíduos com síndromes de predisposição hereditária para cancro. A maioria dos participantes era do sexo masculino (n = 7; 53.8%), e tinha entre 22 e 53 anos de idade. As entrevistas foram analisadas com análise temática. Resultados: Os principais temas das entrevistas foram: comunicação acerca do risco genético; alterações nas relações familiares; dinâmicas de suporte familiar e processos de ajustamento interdependente. A família constitui a principal fonte de informação e apoio emocional para lidar com a síndrome de predisposição hereditária para cancro. Os múltiplos processos de adaptação individual e de coping entre os membros da família influenciam o bem-estar emocional e processo de tomada de decisão de cada familiar. Estes processos são influenciados e influenciam a comunicação da família e as reações dos seus membros, com implicações ao nível das relações. Discussão/Conclusões: A dinâmica sistémica e interdependente de adaptação familiar às síndromes de predisposição hereditária para cancro revela a importância de uma prestação de cuidados centrada na família. |