Mestres estrangeiros; operariado nacional : resistências e derrotas no cotidiano da maior fábrica têxtil do rio de janeiro (1890 - 1920)

Autor: Carlos Molinari Rodrigues Severino
Přispěvatelé: Marques, Teresa Cristina de Novaes
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2015
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UnB
Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
Popis: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Departamento de História, Programa de Pós-Graduação em História, 2015. Esta dissertação se propõe a estudar o período de trinta anos, entre 1890 e 1920, desde a fundação da Companhia Progresso Industrial do Brazil até o arrefecimento do primeiro movimento operário brasileiro. A fábrica instalada no subúrbio do Rio de Janeiro, em Bangu, tornou-se a maior empresa têxtil da Capital Federal, empregando quase 3 mil trabalhadores de diferentes nacionalidades. De modo geral, os acionistas eram portugueses, o diretor-gerente era espanhol, os mestres de seção eram ingleses, os contramestres eram italianos e os tecelões, o “chão da fábrica”, eram brasileiros. Uma análise micro-histórica do cotidiano fabril, utilizando como fonte principal as notícias de jornais, mostra que essa mistura étnica gerou muitos problemas, incluindo assassinatos e “paredes”. Para acalmar esta população multifacetada, a Companhia investiu em benfeitorias na vila operária, incentivou o lazer e conseguiu passar anos sem conflitos mais sérios. No entanto, quando a “carestia de vida” invadiu os lares dos trabalhadores, a partir de 1917, as manifestações grevistas da classe operária voltaram a alarmar o patronato. Desta vez, foram necessárias intervenções repressivas da força policial e do Estado para acabar com as reivindicações não só dos banguenses, mas de todos os empregados nas diversas fábricas têxteis da cidade. This study aims to examine the thirty-year period between 1890 and 1920, from the foundation of the Companhia Progresso Industrial do Brazil to the weakening of the first labor movement of Brazil. This factory, installed in Bangu, on the outskirts of Rio de Janeiro, became the largest textile company at Brazilian capital, employing nearly 3,000 workers from different nationalities. In general, shareholders were Portuguese, the managing director was Spanish, the section masters were English, the foremen were Italian and the weavers – the most humble workers – were Brazilian. A micro-historical analysis of the factory daily life, having newspaper reports as the main source of research, shows that this ethnic blend generated many problems, including murderers and local strikes. To calm down this multifaceted population, the company invested in improvements at the workers' village and encouraged leisure activities. These measures guaranteed many years without serious conflicts. However, when the rising cost of living reached workers, especially from 1917 on, strikes and manifestations of the working class alarmed the patronage once again. Then, interventions carried out by the police and public authorities were necessary to stop the demands from the workers from Bangu, as well from the employees in the various textile factories of Rio de Janeiro.
Databáze: OpenAIRE