Silêncio docente e emancipação: entre lições indígenas, Freire e Rancière
Autor: | Vitor Fabrício Machado |
---|---|
Rok vydání: | 2023 |
Předmět: | |
Zdroj: | Educação e Pesquisa, Volume: 49, Article number: e251220, Published: 17 APR 2023 |
ISSN: | 1678-4634 1517-9702 |
DOI: | 10.1590/s1678-4634202349251220 |
Popis: | Resumo Este trabalho articula as noções de autonomia na concepção de Paulo Freire e de emancipação segundo Jacques Rancière com práticas educacionais indígenas coletadas por meio de pesquisa bibliográfica e de campo. O sentido dessa articulação está no uso pedagógico do silêncio na educação indígena como ensinamento de uma educação não-indígena que se pretenda emancipadora e autônoma. Diferencia-se, para tanto, em contexto educacional, as noções de silêncio físico, vazio, silenciamento, monologismo, silêncio vocal dos não-humanos e breviloquência docente. O trabalho de campo ouviu professores e professoras indígenas das etnias Krenak (aldeia Vanuíre) e Guarani Mbya (aldeia Krukutu) do estado de São Paulo. A pesquisa bibliográfica coletou saberes de povos Kaingang, Munduruku, Wapichana, Mebêngôkre, Pataxó e Maia sobre o papel do silêncio de quem ensina durante processos pedagogicamente investigativos. Resulta dessa articulação, o uso consciente do silêncio por humanos e não-humanos como propulsor de práticas autônomas, dialógicas e emancipatórias por parte de crianças e jovens. Trazidos à luz da educação não-indígena, o conhecimento aprofundado das pessoas em processo de aprendizagem, a recusa da explicação e a redução dos signos da linguagem são ações que contribuem para a emancipação, a autonomia e para uma prática investigativa epistemologicamente revolucionária por parte de quem se envolve no processo de aprendizagem3. Abstract This work articulates the notions of autonomy in the conception of Paulo Freire and emancipation according to Jacques Rancière with indigenous educational practices collected through bibliographic and field research. The purpose of this articulation is to use the pedagogical use of silence in indigenous education as a teaching of a non-indigenous education that aims to be emancipatory and autonomous. Therefore, in the educational context, the notions of physical silence, emptiness, silencing, monologism, vocal silence of non-humans, and teacher brevity are differentiated. The fieldwork heard indigenous teachers from the Krenak (Vanuíre village) and Guarani Mbya (Krukutu village) ethnicities in the state of São Paulo. Bibliographic research collected knowledge from Kaingang, Munduruku, Wapichana, Mebêngôkre, Pataxó, and Maia peoples on the role of the silence of those who teach during pedagogically investigative processes. The result of this articulation is the conscious use of silence by humans and non-humans as a propellant for autonomous, dialogical, and emancipatory practices by children and youth. Brought to light in non-indigenous education, the in-depth knowledge of people in the learning process, the refusal of explanation, and the reduction of language signs are actions that contribute to emancipation, autonomy, and to an epistemologically revolutionary investigative practice by those involved in the learning process |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |